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14 de janeiro, 2025Mandados de prisão são cumpridos no Rio e em Brasília
Vizinha tinha sido acusada de envenenar em agosto dois meninos que morreram e que eram mesma família que teve quatro vítimas de pesticida no réveillon
Uma frase resumiu o que Lucélia Maria da Conceição Silva sentiu ao deixar a Penitenciária Feminina Gardência Gomes, em Teresina (PI), no início da noite de ontem.
— Meu sentimento agora é muito alívio — afirmou.
Ela havia sido presa há cinco meses, acusada de ter envenenado os irmãos Ulisses Gabriel, de 8 anos, e João Miguel, de 7, em Parnaíba, no litoral do Piauí. Os dois morreram no segundo semestre do ano passado e faziam parte da mesma família que teve quatro pessoas mortas após ingerir terbufós, substância semelhante ao chumbinho, misturada em baião-de-dois, na virada do ano.
A juíza Maria do Perpétuo Socorro Ivani Vasconcelos, da 1ª Vara Criminal de Parnaíba, decidiu libertar Lucélia após laudo do Instituto de Medicina Legal (IML), feito cinco meses depois de os meninos passarem mal, descartar a presença de veneno nos cajus que teriam sido entregues a eles pela vizinha
O resultado saiu um dia depois que Francisco de Assis Pereira da Costa, padrasto da mãe das crianças, foi preso como principal suspeito de envenenar um baião de dois comido por quase toda a família. O laudo apontou que não havia presença de terbufós. A substância também foi encontrada no estômago dos meninos.
Advogado de Lucélia, Sammai Cavalcante comentou que os fatos novos — a investigação do envenenamento da mãe das crianças e de outras pessoas da mesma família — desencadearam a perícia do IML, que indicou que os cajus não estavam envenenados.
Agora, a investigação do caso dos irmãos, mortos em agosto e novembro, foi reaberta, e as suspeitas do crime também recaem sobre Francisco, preso na semana passada como principal suspeito de ter colocado o veneno que matou o enteado, a enteada e dois filhos dela.
O advogado disse que Lucélia ficará na residência de uma parente, já que sua casa foi praticamente destruída por moradores da região revoltados com a morte das crianças. Ela estava presa desde agosto e havia sido denunciada pelo Ministério Público do Piauí por duplo homicídio qualificado, com audiência de instrução e julgamento do caso marcada para o próximo dia 23.
Com o resultado do laudo dos cajus, o próprio MP pediu a revogação da prisão da acusada. A defesa da mulher afirmou que após a confirmação da sua inocência pretende buscar ressarcimento pelos danos causados a ela, como a destruição da sua casa.
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