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CULTURA

Musical “Dominguinhos: Isso Aqui Tá Bom Demais” chega à capital do País

11 de abril, 2023

A produção estará em cartaz nos dias 13, 14, 15 e 16 de abril, na sala Plínio Marcos do Eixo Ibero-Americano Mestre da música popular […]

Musical “Dominguinhos: Isso Aqui Tá Bom Demais” chega à capital do País
O musical tem duração de 110 minutos e estará em cartaz em curta temporada: de 13 a 16 de abril - foto: Priscila Prade

A produção estará em cartaz nos dias 13, 14, 15 e 16 de abril, na sala Plínio Marcos do Eixo Ibero-Americano

Mestre da música popular brasileira, o saudoso compositor e sanfoneiro pernambucano Dominguinhos (1941-2013) recebe uma homenagem com o musical Dominguinhos: Isso Aqui Tá Bom Demais. A obra que celebra o multiartista e que já passou por Santos (SP) e por Belo Horizonte (MG) chega agora em curta temporada na capital do País. O musical estará em cartaz no Teatro Plínio Marcos (Eixo Cultural Ibero-Americano – Eixo Monumental) nos dias 13, 14, 15 e 16 de abril.

O espetáculo foi idealizado pelo diretor Gabriel Fontes Paiva e pela diretora musical Myriam Taubkin, que trabalharam durante um bom tempo com o homenageado. Já o texto foi criado pela premiada dramaturga e jornalista Silvia Gomez e traz de forma contemporânea toda emoção daquele que acabou se consolidando não somente como o mestre da sanfona e da música popular brasileira, mas que ainda perpassou em carreira musical própria por gêneros como o jazz, o pop e a nova MPB.

Para fazer jus a sua amplitude musical, boa parte do elenco veio do universo da música, como é o caso de Liv Moraes, cantora, parceira e filha de Dominguinhos. Cosme Vieira, que tocou sanfona com o eterno mestre quando ainda era criança. Também fazem do time o ator e professor musical Wilson Feitosa, o compositor e arranjador Zé Pitoco, de Cupira-PE, que acompanhou Dominguinhos em inúmeros shows ao longo se sua carreira. Ainda, um dos grandes expoentes da nova safra de atores e cantores brasileiros Luiza Fittipaldi e os conhecidos internacionalmente Hugo Linns, músico que é referência brasileira em viola e o aclamado percussionista Jam da Silva, os três últimos de Recife-PE.

“Quando Dominguinhos faleceu foi um momento difícil, porque o acompanhamos de perto. Ele era muito querido e sempre foi uma delícia trabalhar com ele. Pouco depois da morte dele, procurei a Myriam, minha parceira no Projeto Memória Brasileira, que documenta a memória viva da música brasileira há 35 anos, para criar um musical sobre a vida e obra desse gênio. Foram 7 anos elaborando, negociando direitos autorais e viabilizando o espetáculo. E hoje eu entendo que conseguimos construir o projeto ideal com dezenas de outras pessoas que compreendem, respiram e vivem neste universo”, revela Paiva.

Musical “Dominguinhos: Isso Aqui Tá Bom Demais” chega à capital do País

Muito mais do que contar de forma linear e cronológica a vida de Dominguinhos, a dramaturgia explora essa combinação entre o documental e o poético. “Há um certo lugar delirante em minhas dramaturgias e, aqui, pude expressá-lo no recorte escolhido como procedimento narrativo: em seu último momento de vida, Dominguinhos é visitado pelas histórias, pessoas – e sanfonas – que marcaram sua carreira, como se tudo se passasse numa fração de segundo infinita do pensamento e da memória. Também sou jornalista, e, pela primeira vez, pude combinar em uma peça teatral a minha formação híbrida, entre a dramaturgia e o documento. Ou melhor, pude buscar a vocação narrativa dessa vida e dessa obra tão importantes para a nossa formação cultural e afetiva”, conta Silvia Gomez.

Já a encenação parte de um jogo entre os atores e músicos, que se alternam nos papéis de Dominguinhos e das pessoas que fizeram parte da vida dele. “Este jogo tem tudo a ver com a trajetória de Dominguinhos e com a obra dele. Um homem que viveu para trazer alegria para as pessoas e que conseguia contar, inclusive coisas tristes, de uma forma alegre. A encenação parte desta brincadeira com a plateia para que a gente possa transmitir a energia que ele conseguia levar a todos nós. Quem viu Dominguinhos tocar ao vivo sabe do que estou falando e é isso que vamos tentar reproduzir”, explica Gabriel Fontes Paiva.

Sobre o multiartista

Dominguinhos conseguiu unir o regional de um Brasil profundo com o que havia de mais moderno na música. Foi um artista que cantou a experiência humana em sua essência mais luminosa, sempre com leveza, humor, alegria e poesia.

Nascido em Garanhuns (PE), em 1941, José Domingos de Moraes iniciou a carreira ainda na infância. Aos oito anos, se apresentou para Luiz Gonzaga em um hotel de sua cidade natal, sem saber que tocava para o Rei do Baião. E, aos 13 anos, deixou seu estado com a família para tentar a sorte no Rio de Janeiro.

Em mais de 55 anos de carreira, Dominguinhos gravou 40 discos. No último desses trabalhos, Iluminado Dominguinhos, lançado em DVD em 2010, gravou grande parte de seu repertório instrumental com a participação de Gilberto Gil, Elba Ramalho, Wagner Tiso e Yamandu Costa, entre outros.

Suas músicas mais conhecidas são “Eu Só Quero um Xodó” e “Tenho Sede” (parcerias com Anastácia); “Isso Aqui Tá Bom Demais” e “De Volta pro Aconchego” (com Nando Cordel), clássico na voz de Elba Ramalho, nos anos 1980, “Abri a Porta” e “Lamento Sertanejo” (com Gilberto GIl).

Dominguinhos também venceu o Grammy Latino duas vezes (em 2002 e 2012); o Prêmio Tim de Música Brasileira duas vezes (em 2007 e 2008) e o Prêmio Shell de Música (2010).

Serviço

Dominguinhos: Isso Aqui Tá Bom Demais. Data: de 13 a 16/4 (Quinta a sábado, às 20h. Domingo, às 19h). Onde: Teatro Plínio Marcos – Eixo Monumental (Setor Divulgação Cultural, Lote II, Eixo Cultural Ibero-Americano). Ingressos: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia entrada). Classificação indicativa: 12 anos. Vendas: bileto.sympla.com.br/event/81678/d/188402/s/1274054.
Mais informações: www.dominguinhos.com.br.