SAÚDE
Neurocirurgião retira tumor cerebral através das sobrancelhas, na Escócia; entenda o caso
25 de outubro, 2024 / Por: Agência O GloboA técnica foi adaptada por Anastasios Giamouriadis para facilitar cirurgias e possibilitar uma recuperação mais rápida
O neurocirurgião Anastasios Giamouriadis adaptou uma técnica de remoção de tumores para que a retirada seja feita através das sobrancelhas dos pacientes. Dentre os seus pacientes, Doreen Adams, de 75 anos, relatou ter vivido uma recuperação rápida.
As cirurgias são realizadas pelo cirurgião nos atendimentos de saúde parte do NHS Grampian, um dos 14 conselhos regionais de saúde da Escócia.
“Eu não inventei esse tipo de cirurgia, mas a modifiquei para me dar mais espaço, através da sobrancelha, e isso está me permitindo remover tumores cerebrais muito grandes. Não temos conhecimento de nenhum outro lugar no mundo que tenha conseguido remover tumores tão grandes quanto nós”, comenta Giamouriadis em comunicado.
Ele explica que diferente de outros métodos, como a craniotomia (a qual remove parte do osso do crânio para acessar o cérebro), que leva até 9 horas, com a sua técnica em 30 a 40 minutos o cirurgião consegue chegar ao local do tumor para realizar a remoção.
Além disso, o profissional afirma que é possível remover tumores do tamanho de maçãs e possibilitar uma recuperação rápida ao paciente.
“Com essa técnica, os pacientes acordam imediatamente, às vezes vão para casa no dia seguinte à operação, onde sabemos que os pacientes têm recuperações melhores e mais rápidas. Isso é ótimo para o paciente, mas também para o hospital em termos de maximizar a capacidade. O paciente vai para casa no dia seguinte, com um olho roxo. Em poucos meses, ele tem uma cicatriz quase invisível”, acrescenta.
No caso de Adams, a mulher havia passado pela craniotomia antes de ser atendida por Giamouriadis, mas o primeiro procedimento deu errado.
“A recuperação após a craniotomia foi difícil. Contraí sepse e fiquei doente por algumas semanas e a recuperação levou muito tempo. Infelizmente a cirurgia não resolveu o problema e quando voltei para a Escócia fui encaminhada ao neurocirurgião Giamouriadis”, conta.