A emoção tomou conta de Francisco Gil ao se despedir da mãe, Preta Gil, no velório no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, na Cinelândia, na manhã desta sexta-feira, dia 25. O consolo veio logo pelos amigos presentes que deram um bom abraço coletivo. Alternar entre lágrimas e sorrisos é como o cantor, de 30 anos, tem lidado com a perda.

— É triste pra caramba. A gente não queria que nada disso tivesse acontecendo, mas a gente teve dois anos de muita luta. Então, existia um sentimento muito genuíno no momento da notícia da morte. Foi como dizer: “Ela descansou”. Minha mãe descansou porque lutava para proteger a gente também, para nos poupar de qualquer problema… Era uma sina dela — diz Francisco.

O vocalista do Gilsons acompanhou bem o tratamento de Preta Gil contra o câncer no intestino nos últimos dois anos. Não há como não sentir tristeza, mas tenta tirar também ensinamentos de como a mãe procurou lidar com tudo. Ainda mais pela forma como ela estava nos últimos dias.

— Ali, nos Estados Unidos (quando Preta viajou para tentar um tratamento experimental), a gente teve a oportunidade de se despedir de um jeito misterioso. Eu tentando fazer com que ela não percebesse que se tratava de uma despedida… Mas a gente já sentindo isso. Nós tínhamos uma ligação durante a vida. Foi sempre assim. Estou feliz por ela, por tudo que ela viveu, e agora é me prender a tudo na vida e no que ela fez de novo. Nesses últimos momentos, minha mãe estava sorrindo. Ela estava recebendo o acolhimento ali da gente, do amor do público, e isso continuava sendo um motor para ela. Ela sentia.

No velório aberto ao público, um telão de LED exibia imagens de diversos ensaios feitos por Preta Gil ao longo dos 50 anos de idade, assim como fotos que ela gostava. Na trilha sonora, músicas escolhidas por ela. Sim, a artista fez questão que seu velório fosse “para cima”. Ela montou uma playlist com músicas alegres que gosta e pediu para que a lista fosse reproduzida no local. E assim a família fez.

— Acho que ela deixou essa lição em vida e isso se faz presente neste momento de passagem, de celebração à vida. É muito mais sobre a gente ver tudo que ela viveu e deixou e, então, celebrar. Então, hoje é mais uma oportunidade de sentir isso.

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