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O avanço dos biocombustíveis na aplicabilidade das práticas de ESG

8 de maio, 2023

Um dos principais causadores do aquecimento global é o Dióxido de carbono (CO²), representando mais de 70% dos Gases de Efeito Estufa (GEE). Dentre o […]

O avanço dos biocombustíveis na aplicabilidade das práticas de ESG
ESG - Arte reprodução da internet

Um dos principais causadores do aquecimento global é o Dióxido de carbono (CO²), representando mais de 70% dos Gases de Efeito Estufa (GEE). Dentre o total, 20% da emissão global deste gás é derivada do setor de transportes que ainda apresenta grande dependência do uso de combustíveis fósseis. A queima ou combustão desses combustíveis fósseis produz gases poluentes, venenosos e tóxicos que contribuem para o aumento da temperatura da terra, fenômeno mais conhecido como mudanças climáticas.

Em um movimento de transição energética, a participação dos biocombustíveis no setor de transportes para a indústria brasileira pode gerar resultados positivos. A utilização de biocombustíveis é uma alternativa promissora para mitigar os impactos ambientais causados pela liberação de CO² na natureza, além de cooperar para as práticas de ESG em seus três eixos constituintes (Ambiental, Social e Governança). O biocombustível, dependendo da calibração do motor do automóvel, reduz cerca de 20% da emissão de monóxido de carbono, em relação à gasolina. Além disso, ao olharmos especificamente para o biocombustível de cana-de-açúcar, a dispersão de partículas poluentes é praticamente zerada, compara a gasolina e ao diesel, onde 98% das partículas de ar poluente e agressivo à saúde penetram em nossos pulmões.

Ao contrário dos combustíveis fósseis e convencionais, os biocombustíveis neutralizam a pegada de carbono e reduzem as emissões de GEE na atmosfera. Além disso, os biocombustíveis são renováveis, pois ​​são criados a partir de recursos naturais que podem ser reutilizados ou reabastecidos, como é o caso da cana-de-açúcar ou milho.

Proveniente da biomassa e composto por matéria orgânica, o biocombustível pode ser utilizado como fonte de energia renovável, podendo vir a substituir os combustíveis fósseis. No Brasil, podemos encontrar a Política Nacional de Bicombustíveis (RenovaBio), que visa ampliar a produção e o uso de biocombustíveis na matriz energética brasileira. Dentre os eixos estratégicos dessa Política, destacam-se aspectos como a redução de emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE), a certificação da produção de biocombustíveis e o Crédito de Descarbonização (CBIO).

Um dos principais biocombustíveis utilizados no Brasil é o etanol, produzido via fermentação de açúcares originários da cana-de-açúcar ou do milho. Com uma produção estimada em 31,14 bilhões de litros por safra, o etanol segue conquistando cada vez mais espaço no mercado nacional e internacional, como um combustível renovável. Quando avaliadas as emissões de GEE na utilização de combustíveis, o etanol reduz até 90% dos gases causadores do efeito estufa em relação ao uso da gasolina. Atualmente, também tem-se discutido a demanda por combustível de baixo carbono como o Hidrogênio Verde, produzido a partir da união entre a água e a energia de fontes renováveis, como a eólica e a solar.

O Hidrogênio Verde possibilita armazenar e fornecer quantidades significativas de energia, gerando emissões de CO² durante a combustão. Além disso, destaca-se por ser considerado um combustível chave na transição para uma economia de baixo carbono. A enorme versatilidade do hidrogênio permite a sua implementação em tecnologias utilizadas em áreas de consumo difíceis de descarbonizar, como o transporte de mercadorias, aviação e navegação.

Os mecanismos para um desenvolvimento sustentável tem versado os mais diferentes espaços. Estes avanços, aplicados conjuntamente às práticas de ESG, possibilitam a redução do impacto ambiental no processo de produção, assim como criam estratégias de investimento responsável. A produção diversificada de biocombustíveis prova a possibilidade de caminhos que podem ser percorridos para um crescimento econômico e sustentável, que contribua com a descarbonização do planeta até o ano de 2050 – objetivo estipulado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

 

Por Eduardo Fayet – Especialista em Relações Institucionais e Governamentais e ESG¨- Saiba mais acessando: brasiliaagora.com.br e ipemai.org.br