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O Brasil que dá certo e pode mais
8 de novembro, 2024Samuel Hanan é engenheiro com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário, e foi vice-governador do Amazonas
Em meio a tantos dados que envergonham a população brasileira, como índices de corrupção, pobreza, violência urbana e fraquíssimo desempenho na educação, dentre outros, há alguns oásis de eficiência capazes de orgulhar qualquer nação. São como raios de sol penetrando entre nuvens negras que prenunciam tempestade, fios de luz e esperança de que é possível ter dias melhores para todos.
O Brasil – que já foi chamado de “celeiro do mundo” – é o terceiro maior produtor de alimentos do planeta. Responde por 80% a 81% de todo suco de laranja produzido no mundo e por metade da produção mundial de açúcar. A participação nacional no mercado global de soja atinge entre 40% e 42%. No mercado de açúcar de 50% a 51%. Detém, ainda, de 30% a 32% de toda a produção de café e carne de frango no planeta. Sozinho, o país abastece de 29% a 32% do milho produzido mundialmente, além de fornecer de 25% a 27% da carne bovina consumida globalmente.
Esses números dão a dimensão do sucesso do agrobusiness brasileiro que, em 2023, foi responsável por 27% a 29% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, algo em torno de US$ 585 a US$ 630 bilhões no ano. Metade (49% a 50%) das exportações brasileiras foi garantida pelo agro em 2023, rendendo de US$ 166 a US$ 170 bilhões de receita. Seu desempenho foi fundamental para o superávit de 150% na balança comercial, gerando saldo positivo de US$ 148 bilhões. Além disso, o setor gerou, no mesmo ano, de 30% a 31% do total de empregos no país.
O desenvolvimento e o excelente desempenho do agronegócio nas últimas décadas devem-se, em grande medida, à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), criada há 50 anos. A estatal pode ser considerada o alicerce tecnológico para a expansão do agrobusiness graças às pesquisas, desenvolvimento e inovação na agricultura, o que permitiu a introdução de novas culturas, inclusive com a incorporação do cerrado, bem como o aumento da produtividade do setor.
O presidente da Embrapa, Celso Martinez, afirma que, para cada R$ 1,00 aplicado na empresa, em 2022, o retorno para a sociedade brasileira foi de R$ 34,70. Esse número mostra o acerto no investimento público em pesquisa e desenvolvimento, merecendo destaque no caso da Embrapa seu fundador, o então ministro da Agricultura do governo Médici (1969-1974), Alysson Paulinelli, e, do lado empresarial, Olacyr de Morais, pioneiro na tropicalização da soja no Centro-Oeste. O sucesso do cerrado e as novas fronteiras agrícolas também tiveram grande contribuição de um visionário, Juscelino Kubitschek, que governou o país de 1956 a 1961 e que pode ser considerado o maior presidente do Brasil nos últimos 68 anos.
Hoje o Brasil pode se orgulhar como nunca de sua extraordinária produção agrícola. O país responde por 30% de toda a produção mundial de alimentos. É, por isso, um grande fornecedor para todo o planeta. O Brasil também se destaca na produção de petróleo. Em 2023, passou a ocupar a 8ª posição entre os países produtores desse fóssil, com 3,4 milhões de barris/dia.
Samuel Hanan é engenheiro com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário, e foi vice-governador do Amazonas