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Artigos científicos e acadêmicos divergem com incidência de contusão em cada campo
Desde que jogadores renomados, como Neymar e Thiago Silva, publicaram, na última terça-feira, um manifesto em defesa do fim do gramado artificial, a discussão sintético x natural voltou à tona no futebol brasileiro. No campo acadêmico e científico, há estudos que concordam e divergem de opiniões sobre o campo ideal para a prática de futebol. Fica a questão: há mais risco de lesão em uma determinada superfície?
Um estudo conduzido na Finlândia e publicado em abril de 2023 na conceituada revista de medicina The Lancet traz outra perspectiva. Na verdade, trata-se de uma revisão de mais de 1.500 artigos e estudos sobre lesões em campos naturais e sintéticos. De uma maneira geral, foi encontrada uma incidência de lesões 14% menor na grama artificial.
— Um ponto interessante desse estudo é a análise das lesões em diferentes partes do corpo. Os resultados mostraram que, enquanto as lesões no quadril, coxa e joelhos foram menores em campos de grama sintética, as lesões no tornozelo ocorreram com maior frequência nesse tipo de superfície. Estudos biomecânicos sugerem que o atleta leva, em média, seis jogos para se adaptar com a diferença na absorção de impacto, fricção e consistência da superfície sintética, em comparação com a grama natural — diz Dr. Edilson Thiele, médico consultor e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte (SBRATE).
Para obter o selo Fifa Quality Pro, os gramados precisam passar por uma série de testes anuais para provar que emulam perfeitamente as condições do piso natural. São avaliados o quique da bola, a rolagem, a planicidade do solo, sua capacidade de absorção de impactos, a altura da grama e a fixação das chuteiras — que não pode ser mais forte que no natural para evitar torções.
Por outro lado, estudos, como o da Washington University School of Medicine, mostram que atletas amadores têm até 58% mais chances de se lesionar em campos artificiais. Uma pesquisa de 2011 publicada na Sports Medicine também indicam que as lesões no tornozelo, joelhos e músculos posteriores das coxas são mais frequentes em gramados sintéticos, incluindo entre profissionais.
Outro ponto é que a resistência entre os atletas é grande. A ponto de, até hoje, a Fifa não adotar esta superfície nos campeonatos administrados por ela. A única exceção foi um desastre. Na Copa feminina de 2015, no Canadá, as jogadoras reclamaram bastante. O máximo que a entidade admite atualmente é o chamado híbrido, cujo material sintético corresponde a apenas 5% do total.
Na Holanda, a Eredivisie CV, responsável pelo campeonato nacional, vetou, a partir de 2025, o uso de gramados artificiais na primeira divisão. Lá também somente os híbridos serão aceitos. Uma decisão que pôs fim a uma longa luta dos atletas contra este piso.
A adaptação é uma questão preponderante para entender essa rejeição. Como a grama natural é muito mais comum, é até esperado que os jogadores estranhem o piso artificial. No Brasil, o estado ruim dos campos tradicionais — que não passam pelos mesmos testes que os sintéticos.
— O jogador de tênis joga na grama natural, joga no saibro e joga nas quadras rápidas, então, é claro que o jogador tem um período de adaptação a essas diferentes quadras. Do mesmo modo que acontece com o jogador de futebol ao jogar na grama natural e na grama sintética, é necessário um período de adaptação — destaca Edilson.
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