DESTAQUE
O que faltou? Desempenho na Seleção pode ter sido determinante para o vice de Vini Jr na Bola de Ouro
29 de outubro, 2024 / Por: Agência O GloboAtacante do Real Madrid ainda sofre para manter o mesmo nível de atuação com a amarelinha
Vinicius Júnior quase terminou com um longo jejum, na última segunda-feira, ao ficar na segunda posição da disputa da Bola de Ouro. O troféu não para nas mãos de um brasileiro desde 2007, quando Kaká o conquistou. Muito próximo do principal prêmio individual do futebol, imagina-se o que mais ele poderia ter feito para chegar no grande objetivo. O desempenho do atacante do Real Madrid na Seleção ainda ruge como uma “pulga atrás da orelha” do atacante.
Se forem levados em consideração apenas os números, a diferença é gritante. Desde que estreou pelo Brasil, em 11 de setembro de 2019, ele marcou cinco vezes e cinco deu assistências nas 35 oportunidades em que entrou em campo. Já na equipe merengue, soma 92 bolas na rede e 64 passes para gol em 279 partidas.
A jornada de Vini no profissional começou em 2017. Mas foi só no ano seguinte que o garoto do Ninho passou a mostrar suas primeiras credenciais no Flamengo. Maurício Barbieri, primeiro treinador com quem se destacou, relata que desde o primeiro contato já sabia que ele era diferente dos demais, mesmo sem a dimensão do quão alto poderia voar.
Para o atual comandante do Júarez-MEX, as atuações abaixo do esperado na seleção brasileira estão diretamente influenciados à um problema coletivo, que implicam não só no seu individual, mas de todos do time.
— A seleção está em processo de reconstrução, de mudança de geração, há poucos ou quase nenhum jogador remanescente da última Copa do Mundo. Além disso, a comissão técnica já foi trocada algumas vezes e tudo isso tem impacto no desempenho da equipe e consequentemente no dos jogadores individualmente — disse Barbieri.
Apesar do baixo rendimento ser tema constante quando o assunto é Vinicius Júnior na Seleção, o atacante não viveu somente de momentos ruins vestindo a amarelinha. O comentarista do Sportv, Carlos Eduardo Mansur, relata que o vencedor da Bola de Ouro passou por grandes momentos na Copa do Mundo de 2022, disputada no Catar.
Com Neymar fora por mais de um ano, recuperando-se do rompimento ligamentar no joelho esquerdo, o posto de protagonista do Brasil ficou à mercê de Vini. A dificuldade para assumir tal função, até o momento, gerou dúvidas quanto a sua dificuldade de chamar a responsabilidade. Para Mansur, esse nunca foi um problema para o camisa 7 do Real Madrid.
— Nunca faltou a ele personalidade. Então não dá para dizer que ele tenha sentido a camisa da seleção. Algo que ele sempre foi, desde o primeiro jogo dele no Flamengo, é um jogador que tentou tudo do próprio jeito: as jogadas, os lances individuais. Nunca se escorou ou se escondeu de jogo. Então, eu acho que a tendência natural é que com o tempo as coisas aconteçam — opinou o comentarista.
Vini chegou muito perto de marcar seu nome na história do futebol brasileiro, ao entrar no seleto grupo de atletas do país que venceram o mais renomado prêmio individual da modalidade. Ambicioso, o jogador de apenas 24 anos sabe que ainda tem um longo caminho a percorrer, e mais reconhecimento para ganhar. E este processo, passa principalmente pelo tão esperado protagonismo na Seleção.