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Obesidade: Hran realiza mais de 700 atendimentos mensais relacionados à doença

15 de outubro, 2025 | Por: Agência Brasília

Unidade realiza mais de 700 atendimentos mensais e segue em expansão dos serviços de cirurgia bariátrica

A obesidade é uma doença crônica que pode trazer graves problemas de saúde, como diabetes, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer. Entre 2020 e 2024, foram registradas mais de 291 mil cirurgias bariátricas no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Do total de procedimentos, cerca de 10,8% foram realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Os dados também apontam que, apenas de janeiro a junho de 2025, mais de 6,3 mil pessoas realizaram a cirurgia na rede pública de saúde. No Distrito Federal, a unidade de referência é o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), que realiza mais de 700 atendimentos mensais relacionados à cirurgia bariátrica — entre consultas, pré-operatórios, retornos e acompanhamentos.

Hospital Regional da Asa Norte é referência em cirurgia bariátrica na rede pública do DF, com mais de 700 atendimentos | Fotos: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

Conscientização

Neste mês, celebra-se o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, data criada para reforçar a conscientização sobre a doença grave e incentivar hábitos de vida saudáveis. Como parte das ações alusivas à data, a SBCBM, em parceria com os hospitais da rede pública, promoveram uma série de atividades. No Hran, duas cirurgias adicionais foram feitas.

A chefe da unidade de bariátrica do Hran, Ana Cristina Fernandes, reforça a importância de tratar a obesidade com acolhimento humanizado. “A obesidade é uma das doenças mais prevalentes hoje, inclusive em crianças. Devem ser considerados vários fatores e tratamentos. A cirurgia é indicada ao paciente que não consegue perder peso com tratamento clínico e medicação”, destacou.

É o caso de Hagaelma Pereira, 39, que trava uma luta contra a obesidade desde a primeira gestação, ocorrida aos 14 anos. “No ano retrasado, comecei a ter apneia e muita crise de ansiedade. Então, fiz alguns exames e vi que estava com diabetes e hipertensão. Eu não conseguia emagrecer de jeito nenhum”, contou.

Após ser atendida em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no Riacho Fundo, Hagaelma foi indicada à cirurgia bariátrica e, atualmente, realiza o pré-acompanhamento na unidade do Hran para realizar o procedimento. “Quando eu fizer bariátrica, vou ter uma melhor qualidade de vida. Não foi por conta da baixa autoestima, mas por conta da saúde. Minha mãe me contou que muitas pessoas da nossa família faleceram por problemas por conta da obesidade, não quero viver isso”, completou.

Hagaelma Pereira, 39, trava uma luta contra a obesidade desde a primeira gestação: “Quando eu fizer bariátrica, vai ser uma melhor qualidade de vida. Não foi por conta da baixa auto estima, mas por conta da saúde”

Cirurgia segura e menos invasiva

A cirurgia bariátrica consiste na redução do tamanho do estômago, indicada para tratar casos de obesidade grave. No Hran, o procedimento é feito por meio da técnica de videolaparoscopia, uma técnica minimamente invasiva que utiliza pequenas incisões no abdômen, reduzindo o tempo de cirurgia e de internação.

A Unidade de Cirurgia Bariátrica do Hran conta com seis consultórios e uma equipe multiprofissional formada por nove cirurgiões, dois psicólogos, uma endocrinologista, duas técnicas de enfermagem e três nutricionistas. O espaço foi equipado com 16 cadeiras especiais para pessoas com obesidade, além de armários e ares-condicionados, proporcionando mais conforto e acessibilidade.

Luciana Karym Tavares, 38, realizou a bariátrica na última semana. O marido, Jarbas Silva de Oliveira, 39, a esperava do lado de fora do centro cirúrgico e contou que os problemas de saúde foram a principal motivação da esposa. “Ela sofria com muita dificuldade de locomoção, cansaço, os joelhos doíam”, contou. Após descobrirem por um familiar que o Hran realizava a bariátrica, decidiram ir atrás e realizar todas as consultas e exames necessários. “O objetivo é realizar a cirurgia e conseguir melhorar a qualidade de vida”, declarou.

Atendimento

A porta de entrada para o serviço são as Unidades Básicas de Saúde (UBS), que já oferecem acompanhamento a pessoas acima do peso indicado. Constatada a necessidade, o paciente é encaminhado às unidades especializadas, como o Centro Especializado em Obesidade, Diabetes e Hipertensão (Cedoh) e o Centro de Atenção ao Diabetes e Hipertensão Adulto (CADH). Se houver indicação para a cirurgia bariátrica, ele é atendido pela equipe do Hran.

*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)

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