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Já apontada como a “mais cara do mundo”, polêmica refinaria demandou até agora mais de US$ 20 bilhões em investimentos, mas ficou pronta apenas parcialmente A retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, uma das obras envolvidas na Operação Lava Jato, vai custar de R$ 6 bilhões a R$ 8 bilhões, …
Já apontada como a “mais cara do mundo”, polêmica refinaria demandou até agora mais de US$ 20 bilhões em investimentos, mas ficou pronta apenas parcialmente
A retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, uma das obras envolvidas na Operação Lava Jato, vai custar de R$ 6 bilhões a R$ 8 bilhões, afirmou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Ele disse que Abreu e Lima é exemplo de “superação” e “volta por cima”. Já apontada como a “mais cara do mundo”, a polêmica refinaria — que originalmente seria construída em parceria com a estatal venezuelana PDVSA com orçamento de US$ 2 bilhões — demandou até agora mais de US$ 20 bilhões em investimentos, mas ficou pronta apenas parcialmente.
Segundo Prates, mesmo considerando as piores estimativas, o custo de R$ 100 bilhões para construção de Abreu e Lima é coberto no primeiro ano de faturamento do empreendimento.
Em discurso ontem na refinaria, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou para fazer um longo desabafo sobre a Lava Jato. Suspeitas de corrupção durante a construção da refinaria geraram um dos maiores desgastes para o PT enquanto a Lava-Jato estava no auge. O Tribunal de Contas da União (TCU) chegou a apontar superfaturamento de pelo menos R$ 2,1 bilhões nas obras.
— A História ainda vai ser contada, porque você sabe que, muitas vezes, a História ainda leva anos, décadas e até séculos para a gente saber da verdade. Mas eu vou dizer uma coisa como presidente da República deste país: tudo que aconteceu neste país foi uma mancomunação entre alguns juízes deste país, alguns procuradores deste país, subordinados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que nunca aceitaram o Brasil ter uma empresa como a Petrobras — afirmou o presidente.
Lula também disse que houve “erros e acertos” na construção da refinaria e deu “graças a Deus pelo fato de o Brasil ter tocado a obra sozinho”. Incialmente, o empreendimento seria construído em parceria com a Venezuela.
— Há anos atrás, perguntei ao Hugo Chávez (então presidente da Venezuela) se ele tinha interesse em uma refinaria. O Chávez era um grande entusiasta e sempre respondia “sim” — contou Lula, acrescentando: —Quando o Chávez concordou, resolvemos começar esta refinaria, mas ele nunca colocou um centavo aqui. Cansamos de esperar e resolvemos tocar a refinaria. Hoje, digo que graças a Deus fizemos ela sozinha. E seguiremos tocando as obras com nossos erros e acertos.
A visita do presidente à refinaria marcou de forma simbólica a volta dos investimentos bilionários da Petrobras em projetos polêmicos. As obras em Abreu e Lima — que prometem gerar 30 mil empregos, segundo a estatal — vêm acompanhadas de outras iniciativas que retomam projetos envolvidos na Lava-Jato, como a retomada e ampliação do polêmico Comperj, na Região Metropolitana do Rio.
Até 2028, a estatal pretende investir US$ 17 bilhões na ampliação da capacidade de produção de combustíveis. Atualmente, o Brasil não produz toda gasolina e diesel que consome, o que deixa os preços dos combustíveis vulneráveis às variações internacionais.
A Rnest nunca foi concluída. Foi concebida ainda na primeira gestão do presidente Lula e contava originalmente com a participação da venezuelana PDVSA, que anos mais tarde desistiu do projeto.
Em 2005, o orçamento inicial previsto era de US$ 2,3 bilhões. Nove anos depois, a Rnest já havia consumido quase US$ 20 bilhões.
A primeira unidade de refino de Abreu e Lima entrou em operação no fim de 2014. O projeto original previa uma segunda unidade, mas esta foi descartada em 2015. Na gestão de Jair Bolsonaro a estatal colocou a Rnest à venda junto com outras sete refinarias. Mas não houve interessados.
A antiga gestão da Petrobras, então, já havia começado a estudar a ampliação da Rnest a fim de torná-la mais “vendável”. A construção de uma segunda unidade de refino tem investimento estimado de US$ 1 bilhão, com capacidade de produzir 145 mil barris de diesel por dia.
Com a volta do PT ao poder, a direção da companhia decidiu acelerar o projeto de ampliação da refinaria e ampliar a primeira unidade, cuja capacidade passar de 115 mil barris de petróleo por dia (bpd) para 130 mil bpd.
Na Rnest, a ideia da Petrobras é ampliar a produção de diesel, com foco em uma versão mais limpa, o S10, com baixo teor de enxofre. Assim, quando as obras forem concluídas, haverá um acréscimo de cerca de 13 milhões de litros de diesel S10 por dia à capacidade de produção nacional, reduzindo a dependência de importações, uma das bandeiras do novo governo.
A estratégia da estatal, no entanto, não se limita aos investimentos na Rnest. O Comperj, em Itaboraí, também está nos planos. Conforme O GLOBO revelou, a ideia da Petrobras é ampliar o escopo do polo Gaslub (antigo Comperj), que será rebatizado, receberá uma unidade de refino para produzir diesel renovável e pode voltar a ter uma fábrica de petroquímicos de segunda geração, com a produção de polipropileno, matéria-prima do plástico.
Assim como a Rnest, o Comperj foi alvo de corrupção e teve as obras suspensas. Nos últimos anos, havia a perspectiva de que o espaço teria apenas uma unidade de processamento de gás natural (UPGN). Mas, agora, dizem as fontes, os planos são tornar o Comperj relevante dentro do plano da Petrobras.
Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, o novo plano para o Comperj tem forte integração com a refinaria de Duque de Caxias, a Reduc. Além disso, a estatal não descarta investir em uma planta de hidrogênio em Itaboraí. Segundo o plano de negócios da Petrobras, a meta é investir US$ 17 bilhões em refino entre 2024 e 2028.
Para analistas, a retomada de investimentos em refino é importante para reduzir a dependência das importações, que hoje respondem por cerca de um terço do consumo nacional. Mas eles veem com ressalvas a volta da Petrobras a projetos que já resultaram em perdas da ordem de R$ 10 bilhões.
— É uma sinalização ruim para o mercado a volta da Petrobras a projetos que foram símbolos de corrupção — disse um analista, sob a condição de anonimato.
Os planos da atual gestão envolvem ainda a retomada da operação da refinaria de Mataripe, na Bahia, que foi vendida para o Mubadala Capital, braço de private equity do fundo soberano dos Emirados Árabes. A ideia é que a estatal tenha uma quantidade de ações que lhe permita voltar a operar a unidade, que responde por cerca de 12% da capacidade de refino. Juntos, Mubadala e Petrobras também planejam investimentos conjuntos em produção de biocombustíveis.
A Petrobras decidiu retomar ainda a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3, em Três Lagoas (MS). O empreendimento, interrompido no fim de 2014 em meio a escândalos de corrupção, está com 80% das obras concluídas.
Legenda da foto: Petrobras vai gerar 30 mil empregos na ampliação da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco

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