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País é o quarto do mundo em número de infectados e representa 8,2% de todos os casos relatados globalmente: 3.184, de 34,7 mil Brasil é o único país com mais de mil casos de varíola do macaco que não está vacinando ADRIANA TOFFETTI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO . Quarto país do mundo em número de casos confirmados …
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País é o quarto do mundo em número de infectados e representa 8,2% de todos os casos relatados globalmente: 3.184, de 34,7 mil
Quarto país do mundo em número de casos confirmados de varíola do macaco (monkeypox), o Brasil continua sendo visto pela OMS (Organização Mundial da Saúde) com preocupação.
“Dos países que têm tendência de preocupação, o Brasil é um deles. É importante que todas as intervenções de saúde disponíveis sejam executadas e que os indivíduos recebam as informações para se proteger”, afirmou em entrevista coletiva a líder técnica para o enfrentamento da doença na OMS, Rosamund Lewis, nesta quarta-feira (17).
Há três semanas, a organização já havia manifestado a mesma preocupação. Na ocasião, havia aqui cerca de 800 casos da doença.
O Brasil é o quarto país do mundo em número de infectados e representa 8,2% de todos os casos relatados globalmente: 3.184, de 34,7 mil.
À frente, estão: Alemanha (3.213), Espanha (5.938) e Estados Unidos (12.689).
Entre os países com mais de mil casos de varíola do macaco – entram também França, Reino Unido e Canadá –, o Brasil é o único em que ainda não há vacina disponível. Todos os demais já iniciaram a imunização de grupos de risco, especialmente homens que fazem sexo com homens.
O Ministério da Saúde espera receber 50 mil imunizantes, comprados por meio da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) em setembro e novembro.
O quantitativo pequeno, porém, será usado somente para pessoas que tiveram contato com casos confirmados (profilaxia pós-exposição) e para profissionais da linha de frente e de laboratórios.
Rosamund também afirmou que já estão sendo observados casos fora do grupo de homens que fazem sexo com homens.
“Estamos vendo casos esporádicos em homens que não são gays ou bissexuais, que se dizem heterossexuais. Também vemos a doença aparecer em mulheres que têm um maior número de parceiros sexuais e, às vezes, em crianças e adolescentes entre 15 e 17 que estão iniciando atividades sexuais.”
Há casos de crianças menores infectadas pelo vírus monkeypox. Estes são, possivelmente, por transmissão no ambiente doméstico.
“Qualquer pessoa que esteja em contato próximo com uma pessoa com monkeypox pode ser exposta, seja no ambiente domiciliar ou no ambiente de trabalho”, acrescentou a especialista.
O contato sexual é relatado como uma das formas pela qual a doença vem se disseminando mais rapidamente, mas não é o único meio de infecção.
A varíola do macaco se transmite por qualquer contato de pele ou de mucosa com uma pessoa que tenha lesões. É possível pegar por abraços e beijos, por exemplo.
Estou com sintomas de varíola do macaco, o que devo fazer? Tire esta e outras dúvidas
O cenário da varíola do macaco nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte é de transmissão comunitária, o que significa que qualquer pessoa pode ser infectada pelo vírus monkeypox. Nesse contexto, o Ministério da Saúde orienta as pessoas a procurarem atendimento médico em uma UBS (unidade básica de saúde) da sua região ao apresentarem os sintomas característicos da doença
Quais são os primeiros sintomas da varíola do macaco? Nos primeiros dias, os sintomas mais comuns da infecção são febre, dor de cabeça, inchaço dos gânglios linfáticos (popularmente conhecido como íngua), cansaço intenso, dores musculares e nas costas. As lesões na pele costumam aparecer entre o primeiro e o quinto dia após a febre e, no surto atual, podem se concentrar na região genital e/ou perianal. “[A varíola do macaco tem uma] forma clínica diferente de se manifestar em cada pessoa, algumas têm lesão só na região genital, outras podem ter no couro cabeludo, em outra parte do corpo, não é algo uniforme”, explica o infectologista José Ângelo Lindoso, coordenador do Grupo de Doenças Negligenciadas do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo
Quando devo fazer o teste? O exame para diagnóstico da varíola do macaco é o PCR – a mesma técnica usada para a Covid – e só pode ser feito após o aparecimento das lesões, segundo o infectologista. Antes disso, o paciente é classificado como um caso suspeito ou provável da doença, segundo as definições do Ministério da Saúde. “No momento, ainda não tem nenhum outro método de diagnóstico disponível, como colher o exame de sangue”, afirma Lindoso
Qual é o tratamento para a varíola do macaco? Não há um tratamento específico para a doença, conforme explica o infectologista. Para tratar os sintomas, o paciente recebe medicação, como um antitérmico para reduzir a febre ou analgésico para as dores. Também não há nenhum medicamento disponível para tratar ou reduzir as lesões na pele
Por quanto tempo se transmite o vírus após o fim dos sintomas? O infectologista afirma que ainda não se sabe por quanto tempo o monkeypox pode ser transmitido mesmo após o desaparecimento das lesões, meio por onde a contaminação ocorre de forma mais eficaz. “O que temos de recomendação é que enquanto as lesões não estiverem revitalizadas ainda há risco de transmissão, e a pessoa tem que ficar em isolamento”, afirma Lindoso
Qual é o grupo de risco para casos graves de varíola do macaco? As pessoas mais vulneráveis a complicações pela infecção causada pelo vírus monkeypox são crianças, gestantes e imunocomprometidos. Para o restante da população, a doença não apresenta alto grau de complexidade, com exceção dos quadros em que há um grande número de lesões na pele, o que pode levar a infecções secundárias, assim como lesões de mucosas anais e na uretra. No Brasil, a primeira morte por varíola do macaco registrada foi de um homem imunocomprometido
O que devo fazer caso o diagnóstico de varíola do macaco seja confirmado? O R7 teve acesso a recomendações do Instituto de Infectologia Emílio Ribas que servem para casos confirmados e suspeitos e que vão ao encontro das orientações do Ministério da Saúde. Veja a seguir:
– Usar máscara cirúrgica perto de outras pessoas e se houver sintomas respiratórios como tosse, falta de ar e dor na garganta;
– Evitar contato com animais, inclusive animais de estimação;
– Cobrir as feridas da pele com uso de mangas longas ou calças compridas para minimizar o risco de contato com outras pessoas;
– Permanecer em área separada dos demais moradores da residências, inclusive durante as refeições, e manter as janelas abertas;
– Lavar a escova de dentes após o uso com água e detergente neutro, secá-la e guardá-la separadamente;
– Higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool 70% antes e depois do contato com secreção da lesão e fluidos;
– Higienizar as áreas próximas (superfícies) e o ambiente diariamente com água e sabão/detergente, álcool 70% ou hipoclorito de sódio 0,1% a 0,5%;
– Higienizar o banheiro após cada uso (vide orientações acima);
– Higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool 70% depois do contato com as roupas, lençóis, toalha de banho ou superfícies próximas;
– As pessoas que residem no domicílio deverão higienizar as mãos após contato com o paciente, objetos e roupas utilizadas pelo paciente;
– As roupas devem ser separadas com cuidado para não haver contato direto com o material contaminado. Não sacudi-las, para evitar dispersar partículas infecciosas;
– Lavar roupas de cama, toalhas, roupas de uso individual separadas em máquina de lavar ou em tanque com água e sabão. Alvejante (água sanitária) pode ser adicionado, mas não é necessário;
– Pratos e outros talheres não podem ser compartilhados e deverão ser devidamente lavados com água e sabão;
– Os resíduos contaminados, como curativos e bandagens, deverão ser descartados em saco plástico no lixo domiciliar;
– O isolamento deve ser mantido até que todas as feridas tenham formado crosta e se desprendido naturalmente, por um período de cerca de 3 a 4 semanas;
– Não ter contato com pessoas imunocomprometidas até que todas as crostas desapareçam. A interrupção do isolamento durante a doença só deverá ocorrer se houver necessidade de avaliação presencial em serviços de saúde;
– Não manter relação sexual durante o isolamento e utilizar preservativo durante 3 meses após o diagnóstico
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