Com Selic a 13,25%, Brasil fica em segundo lugar no ranking mundial de juros reais
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Comitê de Política Monetária aumentou taxa de juros em um ponto percentual nesta quarta-feira
Na estreia de Gabriel Galípolo na liderança do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, de 12,25% para 13,25% ao ano, e reafirmou a previsão de nova altar na próxima reunião, que será realizada em março.
O aumento foi definido com unanimidade por todos os nove membros do comitê, que agora conta com sete indicados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um crítico frequente dos juros elevados.
O Copom renovou a promessa de mais um aumento de 1 ponto percentual no próximo encontro, em março, quando a taxa deve chegar a 14,25% ao ano, retomando o patamar mais alto registrado no governo de Dilma Rousseff (2015-2016). Para além de março, contudo, o colegiado deixou o plano em aberto, sem se comprometer em pôr um fim ao ciclo de altas. Reforçou apenas o compromisso em atingir a meta de inflação.
“A magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”, disse o BC.
A sinalização pode decepcionar uma parte do mercado financeiro, que avaliava que o Copom deveria indicar que deve continuar ao aumento dos juros em maio devido à deterioração das expectativas futuras de inflação.
O BC alterou ligeiramente a avaliação sobre a atividade econômica doméstica no comunicado Copom desta quarta. Desta vez, o colegiado disse apenas que a atividade econômica do país tem apresentado “dinamismo”. Em dezembro, afirmou que o dinamismo estava “acima do esperado”.
A economia aquecida é um dos fatores para a alta da inflação, que justificariam novas altas no juros nos próximos meses.
Sob a liderança de Galipolo, o BC atualizou o balanço de riscos para a inflação futura, com a mudança dos cenários que poderiam ajudar os índices a ficar mais baixa do que o Copom prevê atualmente.
Os novos riscos, porém, não alteram a visão do Copom de que a chance maior é de que aconteçam eventos que elevariam a inflação. A primeira novidade é uma desaceleração maior da economia brasileira do que o esperado.
Em meio às ameaças do novo presidente dos EUA, Donald Trump, o BC também incluiu o risco de “um cenário menos inflacionário para economias emergentes decorrente de choques sobre o comércio internacional e sobre as condições financeiras globais”.
Como tem feito em todas as reuniões, o Copom repetiu o alerta a respeito dos efeitos da política fiscal sobre a condução dos juros.
Segundo o comunicado, “a percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes”.
O Copom destacou ainda que os dados recentes de inflação apresentaram elevação, mantendo-se em níveis acima da meta. Além disso, destacou o novo distanciamento das expectativas inflacionárias frente ao alvo de 3,0%.
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