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Joalheiros americanos também foram ouvidos e entregaram documentos aos agentes brasileiros
Uma equipe da Polícia Federal (PF) foi aos Estados Unidos e contou com o apoio do Federal Bureau of Investigation (FBI) para colher o depoimento de seis pessoas e levantar e-mails e documentos em joalherias onde foram negociados os kits de joias supostamente desviados do acervo presidencial. Entre as testemunhas interrogadas, estão uma ex-assessora internacional de Michelle Bolsonaro e o médico do ex-presidente, que moram em Orlando; um corretor imobiliário de Miami que tem mais de 200 mil seguidores nas redes sociais; e pelo menos três donos de lojas de joias.
Um desses proprietários entregou à PF uma prova crucial ao inquérito — o recibo de compra dos relógios Rolex e Patek Philippe no valor de US$ 68 mil em nome do general Mauro Lourena Cid — pai do tenente-coronel Mauro César Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Pai e filho contaram à PF que repassaram esse dinheiro em espécie e “de forma fracionada” a Bolsonaro.
Em nota, a defesa de Bolsonaro classificou o inquérito de “insólito” e afirmou que o ex-presidente, “em momento algum, pretendeu se locupletar ou ter para si bens que pudessem, de qualquer forma, serem havidos como públicos”. Os advogados de Cid não quiseram se pronunciar. A PF diz que as diligências foram feitas no “contexto do Auxílio Jurídico em Matéria Penal firmado com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos”.
Outro joalheiro americano contou à PF que Cid apareceu para lhe vender o chamado kit “ouro branco” em 2022 e, no ano seguinte, reapareceu para comprar o material de volta. Na época, estava em curso a “operação resgate” das joias que mobilizou advogados, assessores e ajudantes de ordens de Bolsonaro para recuperar os objetos vendidos no exterior após o caso estourar no Brasil.
De Brasília, em uma sala de videoconferência, o tenente-coronel indicou os estabelecimentos por onde passou em um “complexo histórico de joias” em Miami. Além de tentar identificar novas provas, as ações da PF em solo norte-americano serviram para corroborar o teor dos depoimentos de Cid, que fechou acordo de delação premiada.
Um outro empresário mostrou à PF uma troca de e-mails em que Cid garantia que as esculturas eram de “ouro maciço”. “Tenho certeza que são”, escreveu ele, em inglês. O joalheiro não se convenceu e disse que precisaria abrir as peças para conferir se não eram apenas “banhadas em ouro” – o que fez Cid desistir da negociação.
Nos Estados Unidos, a PF também refez o trajeto de uma mala que levava duas esculturas douradas de árvore e barco dadas a Bolsonaro por autoridades dos Emirados Árabes Unidos e Bahrein. As peças foram levadas em avião oficial da Força Aérea Brasileira no dezembro de 2022, quando Bolsonaro e Cid voaram a Orlando.
Segundo Cid, a mala precisava chegar até a casa do seu pai, em Miami, que ficava a 380 quilômetros de distância de Orlando. Por isso, ele acionou uma ex-assessora internacional da primeira-dama Michelle Bolsonaro, um médico do ex-presidente e um corretor de imóveis.
Os três foram ouvidos pela PF e confirmaram as conversas com Cid para transportar a tal mala, sem que soubessem o que ela carregava. O corretor relatou que foi o responsável pela “locação” do imóvel onde Bolsonaro ficaria hospedado em Orlando. Depois, visitou o ex-presidente no local para “registrar uma foto” com ele. E, quando estava de saída, um assessor do presidente lhe perguntou se ele poderia levar uma bagagem para Miami. Ele topou e “deixou a mala na garagem da sua casa até o dia em que o general Lourena Cid foi buscá-la”.
“Com relação ao conteúdo da mala, ele afirmou que não sabia e nem questionou o conteúdo da mala”, diz a transcrição da oitiva feita pela PF.
As informações sobre as diligências nos Estados Unidos constam no relatório final entregue pela PF ao Supremo Tribunal Federal na última sexta-feira. O documento indiciou Bolsonaro, Cid e outras 10 pessoas pelos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

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