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Consumidores estão comprando menos, adaptando receitas e até abrindo mão de lazer para não cortar a proteína do cardápio
Mesmo com a queda nos valores de alguns alimentos depois do corte das tarifas de importação, o custo da comida ainda pesa no bolso dos brasileiros. A prévia da inflação de março, medida pelo IPCA-15, mostrou que a maior alta no grupo de alimentação e bebidas foi a do ovo de galinha, que ficou 19,44% mais caro em relação a fevereiro. Com os preços mais salgados, os consumidores têm buscado estratégias para economizar no supermercado.
O consumo de ovo é essencial na dieta de Elizabeth Siqueira, de 69 anos, que faz musculação três vezes por semana. Moradora de Paquetá, ela deixou de comprar o produto na ilha e passou a pegar a barca até a cidade do Rio para garantir a cartela com dez unidades, depois que o preço disparou.
— Antes eu pagava R$ 10 a dúzia, depois subiu para R$ 13,90 e chegou a um absurdo: R$ 18,90 por uma cartela com dez ovos. Hoje, estou conseguindo pagar R$ 15 por doze unidades — reclama.
A arteterapeuta Jaqueline Lima, de 52 anos, sentiu o preço da cartela com 30 ovos subir de R$ 17 para R$ 30. Como consome o alimento diariamente, ela optou por diminuir a quantidade de ovos na sua alimentação:
— Eu comia quatro ovos por dia. Tive que diminuir para dois e ir intercalando com outras fontes de proteína. Para mim é ruim, porque ovo é prático e uma forma rápida de consumir proteína.
Entre os universitários, o aumento no preço dos ovos também pesa. Marcela Garcia, de 25 anos, deixou a família em Petrópolis para estudar jornalismo na cidade do Rio.
Sem estágio no momento, a estudante, que mora sozinha, vem se mantendo somente com a ajuda da família. Para seguir consumindo seis ovos por dia, precisou cortar outros gastos do orçamento.
— Senti a alta do preço do ovo, assim como de outros alimentos, principalmente o café e o azeite. Com isso, abro mão da minha vida social e também de lazeres como ir ao cinema, shows e restaurantes — conta.
O economista e professor do Ibmec Gilberto Braga explica que o aumento no preço dos ovos tem relação direta com a gripe aviária que atingiu os Estados Unidos. Para conter a contaminação, os frangos reprodutores infectados estão sendo eliminados, provocando uma queda na produção de ovos.
Como a demanda de outros países aumenta, isso torna mais vantajoso para o Brasil exportar do que vender no mercado interno. Resultado: sobra menos produto por aqui e os preços sobem.
O especialista aponta que as mudanças no preço do ovo também se deve ao aumento nos custos de produção:
— Os grãos usados na ração, principalmente o milho — um dos principais insumos —, ficaram mais caros. Em 2024, o Brasil enfrentou problemas com a safra do cereal, o que pressionou ainda mais o preço do ovo.
A microempreendedora Alessandra de Souza, de 42 anos, compra em média quase 300 ovos por mês para fazer bolos, tornas e pizza. Durante as compras, Alessandra conta que tem tido dificuldade para encontrar promoções na cartela de ovos.
— O mais barato que consigo achar é R$ 15 a cartela com 20. No geral, o preço já está em R$ 17. Em frente à minha casa tem uma padaria onde está R$ 2 a unidade. Nem em caso de emergência dá para comprar — reclama.
Com o aumento dos preços, ela conta que precisou diminuir a quantidade de ovos e readaptar as massas porque não consegue mais adquirir a mesma quantidade de ovos.
— Tive que readaptar minhas massas e aumentar um pouco do valor. Isso me fez perder cliente porque ninguém quer pagar — lamenta.
Para o economista, a expectativa é que o ovo comece a ficar mais barato a partir do segundo semestre de 2025.
— Havendo controle da doença nos Estados Unidos, a produção deverá aumentar e o preço ser regularizado a partir do segundo semestre de 2025 — avalia Gilberto.
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