Em meio a tanto sigilo que envolve a investigação de um suposto “comportamento inapropriado” de Christian Horner, chefão da Red Bull Racing (RBR) na Fórmula 1, vazou à imprensa internacional que a denúncia envolve o envio de fotos íntimas do britânico a uma funcionária com quem teria relação próxima de trabalho. O britânico de 50 anos e marido da ex-Spice Girl Geri Halliwell negou a acusação ao jornal De Telegraaf, que revelou o escândalo em primeira mão.
Com a repercussão do caso, alguns meios de comunicação europeus, como o Bild e o Motorsport-Total, da Alemanha, mencionam que por trás da provável queda de Horner estariam as mãos de Jos Verstappen, pai do piloto Max Verstappen, tricampeão pela escuderia.
Uma relação tensa e vários curtos-circuitos nos últimos tempos seriam o combustível para o ex-piloto holandês alimentar o escândalo, segundo o portal que faz parte do conglomerado Motorsport Network.
“O fato de a história ter vazado na Holanda provavelmente não é uma coincidência… Nos bastidores da F1, havia rumores de que o relacionamento pessoal entre Horner e Jos Verstappen estava seriamente prejudicado”, diz a reportagem.
Os Verstappens construíram uma relação de amizade com Helmut Marko, conselheiro da Red Bull que durante 2023 teve alguns atritos com o chefe da equipe. São duas personalidades muito diferentes, cujas observações nem sempre estão focadas na mesma direção e que lutam pelo poder máximo dentro de uma estrutura que costuma mostrar o austríaco como o “vilão” na hora da tomada de decisões da RBR.
A tempestade estourou dez dias antes da data de apresentação do modelo RB20 com o qual a equipe pretende ampliar seu domínio este ano na Fórmula 1. A imagem de Horner com os pilotos no lançamento sempre percorreu o planeta, mas desta vez a equipe não comentou sobre a presença do britânico ao lado de Verstappen e do mexicano Sergio Checo Pérez na apresentação, marcada para o dia 15. Seis dias depois disso, as equipes iniciarão os testes de pré-temporada, que acontecerão durante três dias no circuito do Bahrein, Grande Prêmio inicial do campeonato, de 1º a 3 de março.
A velocidade com que a Red Bull Racing pretende conduzir a investigação tem vários aspectos — o mais crítico deles seria uma possível saída de Horner. A agenda lotada, com compromissos nos próximos dias, encurta a margem de manobra da escuderia.
Os 19 anos do britânico como farol da equipe são uma experiência que não pode ser facilmente substituída. No entanto, um possível atraso na resolução do conflito geraria desconforto interno, além de exigir uma nova ordem hierárquica até que a investigação ofereça um panorama esclarecedor.