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Panorama econômico do pós-Covid é discutido em evento internacional

O presidente do Banco Central afirmou que há otimismo na economia brasileira e defendeu a importância dos investimentos privados no país

Opanorama econômico no mundo pós-Covid-19 foi o tema discutido nesta segunda-feira (31) em um dos painéis do Fórum de Investimentos Brasil 2021, evento internacional sobre atração de investimentos estrangeiros para o Brasil. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi um dos participantes e afirmou que há otimismo com o crescimento da economia brasileira. “Estamos otimistas com o crescimento da economia, com a forma como a economia está reagindo.”

No painel O mundo pós-pandemia: riscos sistêmicos, desafios à governança e o novo normal, ele citou o crescimento do crédito e ressaltou que o Banco Central está vigilante com a inflação. “O que aconteceu em crédito em 2020 foi impressionante. O crédito cresceu 16%. Foi o maior crescimento do mercado emergente. Em termos de liquidez, o Banco Central liberou 15% do PIB [Produto Interno Bruto]. Em termos de capital do sistema bancário, 20% do PIB. Foi a maior liberação de todo o mundo emergente também.”

“O Banco Central agora está vigilante à inflação, olhando a disseminação. Iniciamos com um movimento de alta de juros um pouco acima do que o mercado esperava, entendo que era importante conter essa disseminação”, avaliou.

Crescimento e investimento privado

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também comentou sobre a importância do investimento do setor privado para o crescimento do país. “Acho que é um mito entender que vamos reinventar o crescimento no Brasil com recurso público. É de amplo conhecimento que nosso espaço para investimento é muito pequeno, ainda que possa ser feita alguma otimização. Não será no âmbito público que nós vamos gerar um crescimento. Então, as soluções são privadas.”

Saúde aposta em testagem e vacinação em massa

Mais de 660 milhões de doses de vacinas encomendadas e uma estratégia para aumentar a testagem no Brasil para até 20 milhões de testes por mês. Foram esses números que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, apresentou em outro painel do Fórum de Investimentos Brasil 2021.

“Todos sabemos que a contenção da crise sanitária – por meio da vacinação em massa, da vigilância ativa para detectar rápido possíveis novas variantes e das medidas de higiene e saúde pública – é imprescindível para a retomada da economia global”, afirmou o ministro.

Ele ressaltou que o Brasil atingiu em maio a meta de 10% da população completamente imunizada, fixada para setembro pelo diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS). “Até o fim do ano, teremos todos os cidadãos imunizados em nosso país. Sabemos que a expansão contínua da vacinação da nossa população contribui significativamente para a melhora das expectativas de crescimento da economia brasileira para este ano.”

O ministro também dialogou com o empresariado para incentivar a vinda de capital para o Brasil no Sistema Único de Saúde (SUS), na saúde complementar e na indústria. “Temos excelentes universidades e pesquisadores. Precisamos exportar propriedade intelectual de qualidade.”

Fórum

O Fórum está na quarta edição e ocorre de forma on-line entre os dias 31 de maio e 1° de junho de 2021. A edição deste ano destacará as oportunidades de investimentos em setores estratégicos brasileiros, como agronegócios, energia, infraestrutura, inovação, saúde e tecnologia, entre outros.

Ao longo de dois dias, deverão ser apresentados 60 projetos, com um valor de carteira estimado em cerca de 72 bilhões de dólares.

A organização é da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Governo Federal. Participantes de 100 países se inscreveram para participar do evento.

Durante o Fórum, haverá painéis de discussão com representantes do Governo, CEOs de multinacionais e sala de apresentação de projetos públicos e privados no Brasil que buscam aporte de investimentos.