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VARIEDADES

Parques da Disney fecharão à tarde com previsão de chegada de furacão Milton na Flórida

9 de outubro, 2024 / Por: Agência O Globo

Fenômeno ganhou força na terça-feira, tornando-se um ciclone de categoria 5, com ventos máximos sustentados à 270 km/h

Parques da Disney fecharão à tarde com previsão de chegada de furacão Milton na Flórida
Foto: RS/Fotos Públicas

Os parques da Disney, na Flórida, irão suspender suas atividades nesta quarta-feira, data em que o furacão Milton deve atingir a costa do Golfo, no período da noite. Descrito como “catastrófico” por especialistas, o fenômeno ganhou força na terça-feira, tornando-se um ciclone de categoria 5, com ventos máximos sustentados à 270 km/h, segundo o Centro de Furacões dos EUA (NHC).

O Walt Disney World afirmou em nota na tarde de terça-feira que os parques serão fechados em partes, começando à partir das 13h (14h no horário de Brasília). O Disney’s Hollywood Studios e o Animal Kingdom fecharão às 13h desta quarta-feira. Já o Magic Kingdom, o EPCOT e o Disney Springs fecharaõa às 14h (15h no horário de Brasília). O Walt Disney World Transportation também interromperá os seus serviços.

“É provável que os parques temáticos permaneçam fechados na quinta-feira, 10 de outubro. Consideraremos abrir o Disney Springs na quinta-feira no final da tarde, com ofertas limitadas”, afirmou a Disney em seu site. A Disney afirmou ainda que a suspensão também inclui o cancelamento da ‘”Festa de Halloween não tão assustadora do Mickey” no Magic Kingdon Park. Os ingressos serão reembolsados.

Também fecharão temporariamente o Disney’s Fort Wilderness Resort & Campground e o Treehouse Villas no Disney’s Saratoga Springs Resort & Spa a partir das 11h da manhã (12h no horário de Brasília). Os resorts provavelmente permanecerão fechados até domingo.

A suspensão também é válida para os parques aquáticos da Disney, o Disney’s Typhoon Lagoon, o Winter Summerland Miniature Golf e o Fantasia Gardens Miniature Golf, que permanecerão fechados nesta quarta e na quinta-feira.

‘Furacão grande e perigoso’

O furacão Milton deve tocar o solo da Flórida na noite desta quarta-feira após voltar novamente à categoria mais alta — na terça, Milton chegou a enfraquecer e cair para a categoria 4 enquanto se deslocava para o oeste da Flórida.

“É provável que ocorram flutuações na intensidade à medida que o [furacão] Milton se desloca pelo leste do Golfo do México, mas a previsão é de que ele se torne um furacão grande e perigoso quando atingir a costa centro-oeste da Flórida na noite de quarta-feira”, explicou o Centro de Furacões dos EUA.

A rota do furacão Milton — Foto: Editoria de Arte
A rota do furacão Milton — Foto: Editoria de Arte/Agência O Globo

Enquanto sua força oscila, a tormenta começou a crescer de tamanho. E, quanto maior ficar, mais longe de seu centro seus ventos podem alcançar: enquanto na segunda-feira seus ventos se expandiam 128 km para além do centro, nesta quarta chegaram a 160 km.

A expectativa é de que, quando tocar o solo na Flórida, seu tamanho mais do que dobre, chegando a cerca de 368 km de seu centro. Distante o suficiente para cobrir toda a largura da península do estado.

Geradores, alimentos, água e lonas estão sendo distribuídos em toda a Flórida e muitos moradores estão protegendo suas casas ou planejam sair. Já afetada pela passagem destrutiva do furacão Helene há dez dias, que deixou mais de 234 pessoas mortas, “toda a península da Flórida está sob algum tipo de vigilância ou alerta”, disse o governador Ron DeSantis na terça-feira.

Em uma cena frenética que se repetiu em vários lugares da Flórida, dezenas de carros fizeram fila em um ginásio em Tampa para recolher sacos de areia para proteger suas casas das enchentes que Milton trará. John Gomez, 75 anos, ignorou as recomendações e viajou de Chicago para tentar salvar sua casa na Flórida.

— Acho que é melhor estar aqui, caso algo aconteça — disse Gomez enquanto esperava na fila.

Pior tempestade em 100 anos

O presidente Joe Biden alertou na terça que Milton poderia ser “a pior tempestade” a atingir o estado “em um século”. O mandatário pediu aos americanos em áreas de risco que “saiam agora, agora, agora”.

— É uma questão de vida ou morte — advertiu.

Em um sinal da gravidade da situação, Biden cancelou uma viagem planejada para a Alemanha e Angola nesta semana, informou a Casa Branca na terça-feira.

A vice-presidente e candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris, também pediu aos moradores da Flórida que “levem as autoridades locais a sério”.

— Floridianos, vocês são um povo tenaz que já passou por muita coisa, mas isso vai ser diferente — alertou Harris na ABC.

As companhias aéreas adicionaram voos de Tampa, Orlando, Fort Myers e Sarasota para aliviar o congestionamento nas estradas. Milton pode ser “a pior” tempestade a atingir a área de Tampa em mais de cem anos, de acordo com o NHC.

O especialista em furacões Michael Lowry alertou que, na área de Tampa, com cerca de três milhões de pessoas, a onda de tempestade do Milton “pode dobrar os níveis” registrados há duas semanas pelo Helene, que causou inundações generalizadas. A chuva e os ventos trazidos pelo Helene foram 10% mais intensos devido à mudança climática, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira pela rede World Weather Attribution (WWA).

— O Helene foi um sinal de alerta. Isso é literalmente catastrófico — disse Jane Castor, prefeita da cidade de Tampa, à rede CNN na segunda-feira. — Posso dizer isso sem exagero: se eles [os moradres] optarem por ficar em uma das zonas de deslocamento, eles morrerão.

Crise climática

Milton passou perto da Península de Yucatán, no México, na noite de segunda-feira, causando chuvas fortes, ventos fortes e ondas de tempestade, mas não foram registrados grandes danos.

Os cientistas dizem que a mudança climática provavelmente desempenha um papel na rápida intensificação dos furacões porque as superfícies oceânicas mais quentes liberam mais vapor de água, o que dá às tempestades mais energia e intensifica seus ventos.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) previu em maio que a temporada de furacões do Atlântico Norte (junho a novembro) seria especialmente turbulenta este ano devido ao aquecimento dos oceanos. (Com AFP).


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