POLÍTICA

Partidos resistem a troca, e possível novo nome vira entrave para fusão entre PSDB e Republicanos

1 de abril, 2025 | Por: Agência O Globo

Marcos Pereira e Marconi Perillo, presidentes das legendas, afirmam que não abririam mão neste tema; tucanos defendem aliança com Podemos ou Solidariedade

Os presidentes do Republicanos, Marcos Pereira, e do PSDB, Marconi Perillo — Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados e Divulgação

Os presidentes nacionais do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira, e do PSDB, Marconi Perillo, confirmaram ao Globo que estão em negociações para uma possível fusão entre as legendas. No entanto, enfrentam um impasse significativo: nenhum dos dois dirigentes está disposto a abrir mão do nome de seu partido.

— Estamos conversando com Podemos, Republicanos e Solidariedade. Não abriria mão (do nome PSDB) — declarou Perillo, reforçando a posição de parte expressiva dos tucanos.

Dentro do PSDB, a possibilidade de extinguir a sigla histórica gera forte resistência. Tucanos ouvidos pelo Globo destacam que a identidade do partido é um fator crucial, e qualquer mudança drástica pode comprometer o apoio de lideranças e militantes. Diante desse cenário, setores da legenda consideram alternativas menos radicais, como uma fusão com o Podemos ou uma federação com o Solidariedade — partidos de menor porte em relação ao Republicanos e que poderiam aceitar mais concessões nas negociações.

Nos bastidores, articuladores do Podemos demonstram otimismo e dão como certa a união com o PSDB. A avaliação interna é de que Marconi Perillo não aceitará um acordo em que sua legenda perca protagonismo.

A avaliação é de que a presidente do Podemos, deputada Renata Abreu, tem se mostrado favorável a articulações estratégicas e já liderou incorporações bem-sucedidas do PHS e PSC ao seu partido. O Podemos tem como meta crescer politicamente e ampliar sua representatividade para oferecer um projeto nacional robusto.

Nesse contexto, o projeto presidencial do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ganharia força. No passado, Leite chegou a ser convidado a se filiar ao Podemos para disputar a presidência em 2022, evidenciando o interesse da legenda em atrair lideranças de expressão nacional.

Este aval para o gaúcho não seria fácil no Republicanos, que abriga o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Considerado um dos principais nomes do bolsonarismo, ele aguarda o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro para definir seu futuro, diante da inelegibilidade do ex-mandatário.

Somada a esta problemática, a fusão entre PSDB e Republicanos poderia gerar disputas internas e complicar planos de filiados. Em Minas Gerais, por exemplo, o ex-governador e deputado federal Aécio Neves (PSDB) mira uma vaga no Senado em 2026. No entanto, ele poderia enfrentar a concorrência do presidente estadual do Republicanos, Euclydes Pettersen, que também tem aspirações para o cargo.

Apesar do impasse iminente, aliados de Aécio negam resistência à fusão. Eles afirmam que o cenário político do estado é incerto e, por isso, garantem que a questão regional não tem sido levada em conta pelo político. Nos últimos dias, ele teve reuniões com Marcos Pereira e o presidente da Câmara, Hugo Motta, além de ter conversado ao telefone com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

As negociações seguem em andamento, e o desfecho dessas articulações é esperado ainda no mês de abril, a fim de destravar a construção de alianças para 2026.


BS20250401063030.1 – https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2025/04/01/partidos-resistem-a-troca-e-possivel-novo-nome-vira-entrave-para-fusao-entre-psdb-e-republicanos.ghtml

Artigos Relacionados