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SAÚDE

Peste suína africana põe em risco produção de carne de porco, que movimenta bilhões na Europa

10 de outubro, 2024 / Por: Agência O Globo

Crise na Indústria, que movimenta 20 bilhões de euros por ano, ameaça exportação de presunto cru

Peste suína africana põe em risco produção de carne de porco, que movimenta bilhões na Europa
Porcos — Foto: Freepik

Uma nova onda de contaminação da peste suína africana, que chegou à Europa em 2022, está colocando em risco a produção de prosciutto (presunto cru), linguiças curadas e carne suína na Itália. A indústria, que movimenta 20 bilhões de euros por ano (cerca de R$ 121,3 bilhões) está submetida a protocolos rigorosos para conter a doença.

Desde que a peste suína apareceu na península em janeiro de 2022, a Itália abateu quase 120 mil porcos — três quartos deles apenas nos últimos dois meses, à medida que a emergência se intensificou, afirmam dados do jornal Estado de S.Paulo.

Diante do novo surto da doença, as fazendas italianas operam sob rigorosos protocolos de higiene, com acesso restrito a funcionários, devidamente uniformizados com botas e macacões. A doença não contamina humanos.

A doença voltou a apresentar altos índices a partir do início de setembro, com 24 novos surtos, a maioria na Lombardia. A área de maior preocupação, onde a infecção foi confirmada em porcos domésticos, se estende por 4,5 mil km² e inclui as regiões do Piemonte e da Emília-Romanha, mundialmente famosas pelo presunto de Parma.

Segundo o Estadão, a Coldiretti, grupo de lobby agrícola da Itália, estima que os danos à indústria até agora somam 500 milhões de euros (R$ 3 bilhões)O governo nomeou um novo comissário especial para enfrentar a epidemia, Giovanni Filippini, responsável por erradicar a peste suína na Sardenha. Ele impôs novas restrições ao acesso às fazendas e à movimentação de animais.

Assim que a peste suína foi confirmada na Itália, 12 países, incluindo China, Taiwan e México, impuseram uma proibição imediata à importação de iguarias suínas italianas, como o presunto cru, independentemente de terem sido produzidas em uma área onde a peste suína foi detectada ou não. Japão, Coreia do Sul e outros quatro países limitaram as importações.

A decisão causou imediatamente um prejuízo de 20 milhões de euros (R$ 121,3 milhões) por mês em exportações. Mercados como os Estados Unidos e o Canadá não pararam de importar produtos suínos, desde que viessem de áreas não afetadas pela peste.


BS20241010070034.1 – https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2024/10/10/peste-suina-africana-poe-em-risco-producao-de-carne-de-porco-que-movimenta-bilhoes-na-europa.ghtml