
Câmara aprova proposta que define o crime de tráfico de animais silvestres
A proposta segue para análise do Senado

Órgão foi acionado após comentário feito por parlamentar durante discussão de proposta que proíbe uso de armas de fogo por equipes de segurança do presidente e de ministros

A Policia Federal analisa a abertura de uma investigação contra o deputado federal Gilvan da Federal (PL/ES) por ele ter desejado a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante uma sessão na Câmara nesta terça-feira. O órgão público foi acionado pelo ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, que encaminhou uma notícia de fato para a instituição após o episódio. Na ocasião, parlamentares integrantes da Comissão de Segurança Pública discutiam a aprovação do texto que proíbe o uso de armas de fogo pelas equipes que protegem o mandatário e seus ministros de estado.
Elaborada pela oposição e vista pelo governo a como uma provocação, a proposta teria o objetivo, segundo os autores do texto, os deputados Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Delegado Caveira (PL-PA), de “promover uma cultura de paz, reduzir a violência e buscar soluções não violentas para os desafios de segurança”. Durante a discussão da proposição nesta terça-feira, Gilvan da Federal, relator do projeto na comissão, no entanto, chegou a desejar que o presidente morresse.
— Eu quero mais que o Lula morra, quero que ele vá para o quinto dos infernos, é um direito meu. Não vou dizer que eu vou matar o cara, mas eu quero que ele morra — disse o deputado ao microfone. — Nem o diabo quer o Lula, por isso que ele está vivendo aí. Superou o câncer. Tomara que ele tenha uma taquicardia, porque nem o diabo quer a desgraça desse presidente que está afundando o país. Quero mais que ele morra mesmo.
Com a repercussão da fala de Gilvan, o advogado-geral da União, Jorge Messias, informou em um post do X que apresentaria um pedido de investigação para a PGR e a PF para “a análise e adoção das medidas investigativas e cautelares” relacionadas à fala do deputado. “É inaceitável no Estado Democrático de Direito que um parlamentar use o espaço nobre da Comissão de Segurança Pública da Câmara para defender a morte do presidente da República Federativa do Brasil”, escreveu na publicação.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou, em entrevista à CNN, que a instituição deverá analisar a possibilidade de abertura de uma investigação sobre a ameaça de morte:
— Nossa corregedoria analisará tecnicamente a representação, como uma notícia de crime — disse.

A proposta segue para análise do Senado

Ex-presidente convive com sequelas deixadas por facada na barriga

Audiência será realizada nesta quarta-feira (5), às 19h, no plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

O projeto de lei é de autoria do deputado Pastor Daniel de Castro
