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POLÍTICA

PF investiga relação entre facção criminosa e agentes públicos em campanha eleitoral no Amazonas

3 de outubro, 2024 / Por: Agência O Globo

Cidade de Parintins foi alvo de operação da Polícia Federal nesta quinta-feira em ação de combate à corrupção eleitoral

PF investiga relação entre facção criminosa e agentes públicos em campanha eleitoral no Amazonas
PF deflagra operação contra corrupção eleitoral no Amazonas — Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira uma operação em Parintins, no Amazonas, para desarticular a associação entre integrantes de facção criminosa e agentes públicos suspeitos de cometimento de crime eleitoral em apoio a uma candidatura na cidade. Conforme investigação, policiais militares estavam atuando junto com o grupo em apoio a uma chapa que disputa a prefeitura do município.

As investigações apontam indícios de ameaças de líderes comunitários ligados a uma facção criminosa de tráfico de drogas que proibia o acesso de candidatos à prefeitura a certos bairros. Conforme a PF, a suspeita é que policiais não coibiram as ameaças com o objetivo de beneficiar uma candidatura.

“As ações coordenadas do grupo criminoso teriam promovido a espionagem de pessoas ligadas a um grupo político do município e também monitorado o deslocamento de policiais federais com a finalidade de frustrar a atuação da Polícia Federal”, informou a corporação, que cumpre nesta quinta-feira cinco mandados de busca e apreensão.

A Justiça Eleitoral proibiu que os investigados vão a Parintins e que façam contato entre si e com coligações partidárias do município. A PF aumentou o efetivo na cidade nesta semana com o objetivo de garantir a segurança das eleições, que ocorrem no próximo domingo.

Recentemente, foi divulgado no Amazonas um vídeo de uma reunião com integrantes do governo estadual discutindo ações para beneficiar uma candidata a prefeita de Parintins. As imagens geraram uma ação da Justiça Eleitoral do estado, que determinou nesta semana a suspensão da entrega de cestas básicas e o afastamento do comandante da Polícia Militar da cidade, segundo informações do G1. Em nota, o governo do Amazonas afirmou que “repudia qualquer tipo de articulação que tenha como objetivo tumultuar o processo eleitoral e manchar o trabalho sério das forças de segurança do estado, utilizando material com fortes indícios de manipulação e sem amparo judicial”. A operação da PF envolve o mesmo caso.

Prisão e compra de voto

Também nesta quinta-feira, a PF deflagrou uma operação em Sergipe contra um grupo criminoso que estaria envolvido em compra de votos. A investigação obteve listas com nomes de diversos eleitores, o que indica a organização do esquema de compra de votos, segundo a polícia.

Em Sinop, no Mato Grosso, a PF cumpriu na quarta-feira um mandado de busca e apreensão em um endereço relacionado à campanha de um candidato a prefeito da cidade. “Durante o cumprimento das diligências, verificou-se que, apesar do local exibir uma placa de ‘aluga-se’ e estar com cortinas abaixadas, funcionava como um comitê não oficial de campanha”, explicou. Uma mulher foi presa em flagrante após ser vista fazendo o pagamento de R$ 2,5 mil em espécie para um terceiro. Conforme a polícia, o dinheiro era de caixa 2 da campanha.

Domicílio eleitoral

No Rio de Janeiro, a PF fez uma operação nesta quinta-feira para desarticular uma organização criminosa suspeita de cooptar pessoas para alistamento eleitoral ou para mudança de domicílio eleitoral do município de Santa Cruz para Itaguaí, região metropolitana da capital.

“A investigação, iniciada por requisição do Ministério Público Eleitoral, revelou que um candidato postulante ao cargo de vereador e seus cabos eleitorais forneciam comprovantes de residência falsos para os possíveis eleitores, prometendo vantagem econômica em troca de votos, para que estes se alistassem ou alterassem seu domicílio eleitoral para a cidade de Itaguaí”, informou a polícia.


BS20241003120844.1 – https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2024/10/03/pf-investiga-relacao-entre-faccao-criminosa-e-agentes-publicos-em-campanha-eleitoral-no-amazonas.ghtml