
Bolsonaro aposta em relação pessoal com Trump para conseguir asilo a Eduardo
Deputado licenciado decidiu morar nos Estados Unidos
Em cenário difícil para os dois últimos anos do terceiro mandato de Lula, PT fica com fiscalização das contas do governo
Os líderes da Câmara dos Deputados definiram os comandos das comissões da Casa em reunião nesta terça-feira, após uma série de encontros com discussões acaloradas. Em um cenário difícil para governistas, o PL conseguiu as comissões com maior quantidade de verba e influência, como a de Saúde, enquanto partidos de centro terão postos como o principal colegiado da casa, a Comissão de Constituição e Justiça (União Brasil), além da relatoria do orçamento de 2026 (MDB).
Já o PT, que terá que estreitar as relações com siglas da base, escolheu como prioridade a Comissão de Fiscalização e Controle, responsável por supervisionar as contas do Executivo.
O PL ficará com o comando da Comissão de Relações Exteriores (Creden), responsável pelas relações diplomáticas e consulares da Casa com governos e entidades internacionais, e a Comissão de Saúde, com maior quantidade de verba a ser distribuída por meio de emendas.
A Creden estava prevista para ficar sob o comando de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que decidiu se licenciar do cargo e ficar nos Estados Unidos. Agora, o comando passará para outro deputado bolsonarista, provavelmente Filipe Barros (PL-PR).
No cenário atual, o colegiado ganha mais importância para a direita por ter condições de manter uma interlocução com o governo Donald Trump. Além disso, o colegiado pode cobrar do governo informações sobre acordos internacionais bilaterais.
Na comissão de Saúde, o partido de Jair Bolsonaro terá o controle de pelo menos metade das emendas de comissão, que será de um total de R$ 11,5 bilhões. O apoio de prefeitos é considerado essencial no fortalecimento de bases locais para as eleições de 2026.
A federação PT-PV-PCdoB escolheu como prioridade a comissão de Fiscalização e Controle, que requisita e analisa as contas do Presidente da República, além de entidades da administração direta e indireta. O deputado Bacela (PV-BA) deve assumir o colegiado. Inicialmente, essa era a segunda prioridade do partido de Lula, a primeira era Educação. Mas a legenda cedeu o colegiado para o União Brasil, em um acordo para o partido desistir da relatoria do orçamento de 2026.
O partido também escolheu a comissão de Finanças e Tributação, por onde passam os projetos de economia antes de chegarem no plenário da Casa. O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), lembrou que as comissões voltarão a ter relevância na gestão do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), já que ele se comprometeu a evitar regimes de urgência.
— As comissões neste ano terão muito peso na tramitação das matérias e a composição deles garante estabilidade para aprovação das matérias — disse o líder Guimarães.
Além da Educação, o União terá a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O combo CCJ e Educação foi considerado vantajoso para a legenda. A CCJ é a primeira comissão por onde os projetos são autorizados a tramitar. Durante a gestão de Arthur Lira (PP-AL), porém, a comissão perdeu força com os regimes de urgências aprovados para as propostas em plenário.
— Houve uma negociação que envolveu o acordo da CMO. Um acordo para o União também aceitar a CCJ. Houve uma preocupação também com o nome do União Brasil que deve assumir, deve ser uma pessoa respeitada na área, só não tenho o nome ainda — disse o líder do PT, Lindbergh Farias, sobre a desistência da Comissão de Educação.
O MDB ficará com a relatoria do orçamento de 2026, provavelmente com o comando de Isnaldo Bulhões (AL), aliado do governo Lula, mas fiel ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Três reuniões de líderes foram realizadas nesta terça-feira para tentar resolver o impasse dos comandos das comissões.
De acordo com os parlamentares presentes, as discussões ficaram acaloradas e houve deputado levantando a voz durante o debate.
Após um impasse que durou semanas, o PL desistiu da Comissão de Minas e Energia, cedendo para o PSD. Em troca, o PL ficou com com a comissão de Agricultura, que estava anteriormente prevista para o PP.
Presidirá a Comissão de Minas e Energia o deputado Diego Andrade (PSD-MG). O partido de Kassab também ficou com a comissão do Esporte, chefiada pela deputada Laura Carneiro (RJ).
Veja como ficou a distribuição:
1. Relações Institucionais – PL
2. Saúde – PL (segundo pedido)
3. Fiscalização e Controle – Federação PT/PV/PCdoB (terceiro pedido)
4. Agricultura – PL (quarto pedido)
5. Finanças e Tributação – Federação PT/PV/PCdoB (quinto pedido)
6. Constituição e Justiça (CCJ) – União Brasil (sexto pedido)
7. Segurança – PL (sétimo pedido)
8. Aviação e Transporte – PP (oitavo pedido)
9. Direitos Humanos – Federação PT/PV/PCdoB (nono pedido)
10. Meio Ambiente – MDB (décimo pedido)
11. Minas e Energia – PSD (décimo primeiro pedido)
12. Educação – União Brasil (décimo segundo pedido)
13. Comunicação – Republicanos (décimo terceiro pedido)
14. Turismo – PL (décimo quarto pedido)
15. Ciência e Tecnologia – PP (décimo quinto pedido)
16. Cultura – Federação PT/PV/PCdoB (décimo sexto pedido)
17. Desenvolvimento Urbano – MDB (décimo sétimo pedido)
18. Esporte – PSD (décimo oitavo pedido)
19. Integração e Desenvolvimento Regional – União Brasil (décimo nono pedido)
20. Desenvolvimento Econômico – Republicanos
21. Previdência – Podemos
22. Indústria e Comércio – PSDB/Cidadania
23. Trabalho – PDT
24. Pessoa com Deficiência – PSB
25. Administração – AVANTE
26. Idoso – Solidariedade
27. Consumidor – PCdoB
28. Povos Originários – Federação PT/PV/PCdoB
29. Legislação Participativa – PRD
30. Mulher – PSOL
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