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Há dez dias, ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 24 anos e seis meses de prisão pela participação na trama golpista

Preso nesta sexta-feira no Aeroporto de Assunção, no Paraguai, ao tentar deixar o país rumo a El Salvador, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques volta ao centro do noticiário policial e político. Detido após romper a tornozeleira eletrônica e tentar embarcar com um passaporte cujos dados não correspondiam à sua identificação, Vasques havia sido condenado há dez dias pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 24 anos e seis meses de prisão, por participação na trama golpista investigada após as eleições de 2022.
Nascido em Ivaiporã, no interior do Paraná, em 1975, Silvinei Vasques construiu sua trajetória profissional inteiramente ligada à segurança pública. Ingressou na PRF em 1995, ainda jovem, e fez carreira dentro da corporação ao longo de quase três décadas.
Ao longo desse período, passou por funções operacionais, cargos administrativos e postos de comando regionais, especialmente em Santa Catarina e no Rio de Janeiro, estados onde consolidou redes internas e políticas.
Descrito por colegas como um agente ambicioso, de perfil centralizador e discurso assertivo, Vasques graduou-se em ciências econômicas, direito e administração, acumulou especializações em segurança pública e gestão organizacional e completou o currículo com mestrado em administração no exterior e doutorado em direito na Argentina. Também participou de cursos de grandes operações policiais, inclusive nos Estados Unidos, o que ajudou a reforçar sua imagem de gestor técnico e preparado para cargos de cúpula.
Antes de chegar a Brasília, Vasques já havia transitado entre a polícia e a política local. Foi secretário municipal de segurança pública em São José (SC) e integrou o conselho de uma estatal fluminense por indicação do então governador Wilson Witzel. Dentro da PRF, era visto como alinhado ao campo da direita e identificado com o bolsonarismo ainda antes da chegada de Jair Bolsonaro ao Planalto.
Esse alinhamento político se tornou decisivo em sua ascensão. Em 2021, Vasques foi nomeado diretor-geral da PRF e rapidamente se transformou em um dos quadros mais identificados com o bolsonarismo na área de segurança pública. Passou a adotar um discurso político, defender pautas do governo e manter relação direta com o núcleo do Planalto.
No comando da corporação, passou a atuar também como personagem político. Internamente, sua gestão foi marcada por decisões concentradas na cúpula e por uma relação estreita com aliados do então presidente, o que reforçou sua imagem de homem de confiança do Planalto.
A visibilidade, porém, trouxe custos. Em 2022, no segundo turno das eleições presidenciais, Vasques entrou no radar da Polícia Federal sob a suspeita de ter incentivado o uso da estrutura da PRF de forma politicamente orientada. As investigações apontam que fiscalizações e blitzes foram intensificadas em rodovias do Nordeste, região onde Luiz Inácio Lula da Silva tinha vantagem eleitoral, levantando suspeitas de tentativa de interferência no deslocamento de eleitores.
Com a derrota de Bolsonaro, Vasques perdeu o cargo e viu sua situação jurídica se agravar. Em 2023, acabou preso preventivamente e permaneceu cerca de um ano detido.
Em liberdade, tentou se reposicionar em Santa Catarina, onde manteve redes políticas e pessoais construídas ao longo da vida profissional. Chegou a ensaiar uma candidatura à prefeitura de São José, mas foi considerado um nome desgastado pelo próprio campo bolsonarista, diante do passivo judicial. Optou então por apoiar o prefeito Orvino Coelho (PSD) e foi nomeado secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação em 2025. No último dia 16 de dezembro, após sua condenação, pediu exoneração do cargo.
No período que esteve na cidade catarinense, passou a somar o salário de secretário, de cerca de R$ 18,4 mil brutos, à aposentadoria da PRF, de valor semelhante, ultrapassando R$ 37 mil mensais. Nos bastidores, aliados relatavam que Vasques se via como alvo de perseguição política e apostava na reversão de decisões judiciais.
BS20251226152305.1 – https://extra.globo.com/politica/noticia/2025/12/policial-de-carreira-e-aliado-de-bolsonaro-quem-e-silvinei-vasques-ex-diretor-da-prf-preso-ao-tentar-fugir-do-pais.ghtml

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