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Por que Savarino, de números expressivos no Botafogo, não é unanimidade na seleção da Venezuela?

14 de novembro, 2024 / Por: Agência O Globo

Estilo de jogo do time venezuelano não beneficia o atacante igual o modelo de Artur Jorge no Botafogo

Por que Savarino, de números expressivos no Botafogo, não é unanimidade na seleção da Venezuela?
Savarino, jogando pelo Botafogo. Foto: Reprodução / Instagram

Um dos principais jogadores do Botafogo na temporada, com 22 participações em gols em 49 partidas disputadas, Jefferson Savarino não goza do mesmo destaque na seleção venezuelana. O atacante não é unanimidade no time do técnico Fernando Batista e só foi titular em dois jogos seguidos no time da Venezuela na última Data Fifa.

Neste ano, Savarino disputou apenas oito jogos pela Venezuela, entre amistosos, Copa América e Eliminatórias, acumulando apenas 320 minutos — média de 40 minutos por partida —, e não participou de gols. Isso se explica pelo estilo de jogo do time venezuelano, que não beneficia o atacante igual o modelo de Artur Jorge no Botafogo.

— O modelo de jogo (da Venezuela) não beneficia em nada Savarino. Ao longo dos anos e com diferentes treinadores, a Venezuela tem um futebol mais reativo do que proposital, diferentemente do que Savarino vivencia no Brasil. Na estrutura de Artur Jorge, onde o Fogão tem laterais ofensivos e meias talentosos, ele tem muitas opções de passe pela frente e pelas laterais e recebe a bola em contextos favoráveis, especialmente nas entrelinhas onde ele pode impactar — apontou a jornalista Geraldine Carrasquero, da ESPN da Venezuela.

Outro ponto que explica a queda de rendimento de Savarino na seleção é a posição em que atua dentro de campo. No Botafogo, o camisa 10 joga como um meio-campista com liberdade para flutuar em todos os setores ofensivos, mas na Venezuela ele é visto como um ponta-direita, o que não ajuda a explorar as suas melhores virtudes.

Desde que passou a ser convocado para a seleção de seu país, Savarino já foi treinado por quatro técnicos diferentes — Rafael Dudamel, José Peseiro, Leo González e Fernando Batista — e nenhum deles soube explorar as suas qualidades, nem sequer o atribuíram o estatuto de titular indiscutível. Atualmente, atacante disputa posição com Eduard Bello, do Barcelona de Guayaquil, e Darwin Machís, do Real Valladolid.

— Acho que Savarino merece mais tempo de jogo e ter um time em torno da sua figura, não apenas de Rondón e Soteldo. Afastá-lo da ponta e colocá-lo como meio-campista com liberdade de movimento pode ser ótimo para explorar suas qualidades. Outra coisa importante é que ele merece ter o status de titular indiscutível, poder terminar os jogos e nem sempre ser o primeiro a ser substituído — completou Geraldine.

Mesmo sem brilhar na seleção venezuelana, Savarino deve ser titular na partida contra o Brasil, no Estádio Monumental de Maturín, às 18h (de Brasília), pela 11ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.


BS20241114050020.1 – https://oglobo.globo.com/esportes/noticia/2024/11/14/por-que-savarino-de-numeros-expressivos-no-botafogo-nao-e-unanimidade-na-selecao-da-venezuela.ghtml