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Após guerra com Azerbaijão, Armen Sarkissian alegou que seu gabinete se mostrou incapaz de influenciar a política do país O presidente da Armênia, Armen Sarkissian, cujo papel é protocolar, anunciou sua renúncia neste domingo (23), alegando que seu gabinete se mostrou incapaz de influenciar a política do país durante a atual crise. Presidente culpou Constituição por inação …
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Após guerra com Azerbaijão, Armen Sarkissian alegou que seu gabinete se mostrou incapaz de influenciar a política do país
O presidente da Armênia, Armen Sarkissian, cujo papel é protocolar, anunciou sua renúncia neste domingo (23), alegando que seu gabinete se mostrou incapaz de influenciar a política do país durante a atual crise.
O anúncio acontece após um período de instabilidade nessa pequena nação do Cáucaso com dificuldades econômicas e depois de uma sangrenta guerra com o Azerbaijão pelo controle da região de Nagorno-Karabakh.
A guerra, que deixou mais de 6.000 mortos, resultou no envio de forças de paz da Rússia para a região em disputa.
A humilhante derrota da Armênia no conflito e a perda, no fim de 2020, de Nagorno-Karabakh desencadearam grandes protestos sociais e uma crise interna que colocou frente a frente Sarkissian e o primeiro-ministro, Nikol Pashinyan.
“Esta não é uma decisão emocional e segue uma lógica específica”, declarou Sarkissian em comunicado divulgado em seu site.
“O presidente não tem as ferramentas necessárias para influenciar processos importantes de política externa e interna em tempos difíceis para o povo e para o país”, completou.
Seu papel é sobretudo protocolar e o Poder Executivo recai principalmente no primeiro-ministro Pashinyan.
No centro da desavença está a decisão de demitir o chefe do Estado-Maior do Exército. Sarkissian rejeitou assinar a ordem de Pashinyan para a demissão, um duro golpe para o criticado primeiro-ministro.
O chefe de Estado argumentava que a crise na Armênia não poderia ser encerrada com frequentes mudanças de pessoal nas estruturas de liderança do país.
Neste domingo Sarkissian denunciou “uma realidade em que o presidente não pode vetar leis que considera ruins para o povo e o país”.
“Espero que as mudanças constitucionais possam ser implementadas e que o próximo presidente e a administração presidencial possam operar em ambiente mais equilibrado”, acrescentou o comunicado.
A Constituição da Armênia estipula que o Parlamento, controlado por partidos que apoiam Sarkissian, deve organizar uma votação para escolher o próximo presidente em até 35 dias.
Ex-professor de física, Armen Sarkissian, nascido em 1953 em Yerevan, a capital, foi primeiro-ministro de 1996 a 1997, antes de servir como embaixador no Reino Unido. Foi eleito presidente em março de 2018.
O anúncio de sua renúncia veio logo depois de uma visita aos Emirados Árabes Unidos, após a qual seu gabinete disse que tiraria uma folga para exames médicos, sem dar detalhes.
Desde o desmantelamento da União Soviética, a economia armênia passa por dificuldades. O dinheiro enviado pela comunidade armênia no exterior contribuiu para a construção de escolas, igrejas e outros projetos de infraestrutura, inclusive em Nagorno-Karabakh.
O país tem uma diáspora grande e politicamente poderosa que se espalhou pelo mundo após os massacres da era otomana. Agora é estimada em 10 milhões de pessoas, principalmente na Rússia, Estados Unidos e França.
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