
Jair Renan chora ao comentar decisão de Eduardo Bolsonaro de ficar nos EUA
Deputado federal anunciou nesta semana licença de cargo na Câmara e intenção de permanecer no território americano
Ex-mandatário teria assegurado a Marcos Pereira que irá pedir a pastor que pare com os ataques
A briga pública entre o pastor Silas Malafaia e o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, terminou com um telefonema de queixa do dirigente partidário ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em um vídeo, Malafaia chamou Pereira de “cretino” e o acusou de ser uma vergonha para os evangélicos. Isso porque o parlamentar não estaria dando suporte à anistia dos envolvidos nos ataques do 8 de janeiro.
Marcos Pereira confirma que ligou para Bolsonaro para explicar que “foi mal interpretado”. A aliados, o presidente do Republicanos tem afirmado que, como jurista, avalia que a anistia não pode ser aprovada antes que todas as ações sobre os atos antidemocráticos sejam analisadas e finalizadas. Na sua visão, isso abriria espaço para que partidos contrários anulem a medida no Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro teria assegurado que irá pedir a Malafaia que pare com os ataques. Também teria reforçado que precisa conversar com Pereira sobre o apoio à anistia.
Alguns dos principais nomes do Republicanos, como os senadores Hamilton Mourão (RS) e Damares Alves (DF), além do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, já se posicionaram pela anistia.
— Liguei (para Bolsonaro) para reclamar que o Malafaia distorceu tudo e isso não ajuda em nada. Só isso — disse Pereira ao Globo.
De acordo com ele, os dois ainda não conversaram sobre o apoio à proposta da anistia. Interlocutores garantem que o encontro para tratar do tema pode acontecer na próxima semana.
As desavenças com Malafaia foram motivadas por uma entrevista de Pereira à CNN. Nela, o presidente do Republicanos afirmou que seria melhor avançar com a proposta só depois das eleições de 2026.
— Esse tema da anistia é um tema muito sensível. Nós não debatemos ainda esse tema na bancada do Republicanos. Nós temos hoje uma bancada de 44 deputados federais e precisa ser debatido. O sentimento que eu tenho, das minhas conversas individuais com os meus colegas de partido, é de que há um amplo favoritismo da bancada para apoiar essa pauta, porque entendem esses colegas que algumas penas estão exageradas. (…) O ideal é que o debate de 2026 seja feito sem essa pauta, que eu penso que não só contamina o debate da eleição presidencial, como também a própria governabilidade e a própria atuação da Câmara e do Senado — disse Pereira.
Após a entrevista, Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, foi às redes sociais e publicou ataques a Pereira, dizendo que ele envergonhava a Igreja Universal, da qual é membro, e todos os evangélicos.
— Estou em um misto de indignação e vergonha. O pastor Marcos Pereira envergonha a Igreja Universal e todos os evangélicos. Ontem, ele deu uma entrevista na CNN dizendo que o projeto da anistia não deve ser votado agora porque ele contamina o debate de 2026. Tem que ser muito cretino para falar isso. Nesta mesma entrevista ele diz que Lula está experiente e sabe fazer política. Sabe por que ele diz isso? Porque o partido dele tem ministério neste governo e tem cargos — afirmou Malafaia.
Na mesma publicação, o pastor cobrou um posicionamento de políticos filiados ao Republicanos, que assim como ele são apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e já se manifestaram favoráveis ao projeto da anistia.
— O governador Tarcísio, que é do Republicanos, estava na manifestação aqui no Rio, ele é a favor. A Damares é a favor da anistia, o general Mourão. Gente expoente do partido. Quem é você? Essas pessoas, ou saem deste partido ou se posicionam veementemente contra ele — afirmou Malafaia.
Neste ano, a eleição da bancada evangélica voltou a colocar Malafaia e Pereira em lados opostos. Gilberto Nascimento (PSD-SP), presidente do colegiado, foi eleito com o apoio de Malafaia, enquanto Pereira esteve ao lado de Otoni de Paula (MDB-RJ), o adversário. Parlamentares do Republicanos relataram que foram convocados a assinar uma lista de apoio a Otoni, o que foi interpretado como pressão.
Otoni e Nascimento tinham visões distintas sobre a relação com o Planalto. O emedebista mantinha proximidade com o governo Lula. Já Nascimento contava com o apoio de Bolsonaro. O Republicanos, por sua vez, comanda o Ministério de Portos e Aeroportos.
Os atritos entre nomes da Universal e da Assembleia de Deus Vitória em Cristo não são novidade. Em 2014, quando Crivella disputava o governo do Rio, Malafaia foi chamado a questioná-lo em um debate promovido pela revista Veja. Na ocasião, o pastor acusou Crivella de seguir ordens de Edir Macedo, líder da igreja.
Deputado federal anunciou nesta semana licença de cargo na Câmara e intenção de permanecer no território americano
Análise ocorre no plenário virtual; deputada federal diz que provará sua inocência
Deputado federal comunicou que ficará nos Estados Unidos na última terça-feira
Norma prevê superávit primário de R$ 15 bilhões nas contas públicas