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Ex-presidente do Banco Central afirmou que há falta de diagnóstico das lideranças do país de como reduzir tamanho da dívida
O economista e ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, afirmou que as prioridades do governo estão fora do lugar e isso vem aprofundando o problema fiscal do país. Ele avalia que há espaço para políticas que levem algum tempo para fazer efeito, desde que elas sejam críveis e profundas, mas para ele há falta de diagnóstico das lideranças do país. Fraga citou a Previdência, o tamanho da folha de pagamento do Estado e os gastos tributários como áreas que poderiam contribuir para melhorar as contas do país.
— Vejo um problema grande do ponto de vista fiscal e há três áreas que poderiam promover um enorme ajuste. O que nós precisamos vai além do resultado primário para fazer a dívida pública cair. Não adianta estabilizar nesse nível, a dívida precisa cair — disse Fraga, que também é fundador da Gávea Investimentos.
Além dos gastos com a Previdência, que são crescentes, Armínio citou o tamanho do “RH” do Estado, afirmando que a folha de pagamento dos servidores públicos é um “ponto fora da curva”. Ele disse que as despesas com Previdência e a folha de pagamento dos servidores públicos soma 80% dos gastos. Além disso, há os gastos tributários, que são na maior parte subsídios a setores da economia.
— Parte desse subsídio não faz mais sentido econômico e social. Hoje, ele ‘come’ sete pontos percentuais do PIB. Se essas áreas pudessem contribuir com um ajuste de 2 pontos do PIB, mudaria a cara do Brasil — disse Fraga.
Fraga participou do evento “Rumos 2025”, realizado pelo jornal Valor Econômico, em que políticos, economistas e especialistas em geopolítica e clima discutem os caminhos para o desenvolvimento do Brasil. O seminário ocorre no Hotel Rosewood, em São Paulo.
Além de Fraga, o ex-ministro da Fazenda, Pedro Malan; o ex-secretário do Tesouro e economista do BTG, Mansueto Almeida; e a economista e colunista do Globo, Zeina Latif, sócia da Gibraltar Consulting, discutiram a situação fiscal do país e os caminhos para o desenvolvimento sustentável.
Armínio afirmou que se o Banco Central teve que elevar a taxa de juros Selic, com um juro real de 10% ano ano, é um sinal que está “pedindo ajuda da área fiscal”.
O ex-ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse que é possível e ‘inexorável’ fazer uma ajuste fiscal, mesmo num país polarizado. Malan lembrou que a história não registra nenhum país do mundo que tenha ficado rico depois de ter envelhecido.
— Nós estamos envelhecendo e os efeitos sobre as contas públicas e gastos com envelhecimento vão ficar evidentes nas duas próximas décadas. A política tem que começar a olhar essas questões de longo prazo e superar a armadilha de renda média — afirmou ele, que também esteve no evento do Valor.
O ex-secretário do Tesouro e economista do BTG, Mansueto Almeida, afirmou que o principal problema é que não se sabe quando a dívida pública vai parar de crescer. Ele observou que com juros altos a dívida cresce ainda mais.
— Não vemos a dívida se estabilizando. Temos uma situação de juro alto e déficit nominal elevado. E o arcabouço fiscal, que prevê crescimento real da despesa, não é suficiente para se enxergar quando a dívida vai parar de crescer — afirmou.
A economista Zeina Latif disse que não se trata apenas do cumprimento da meta fiscal, mas o governo precisa mostrar caminhos para as correções de rumo.
— É preciso de previsibilidade. Nao se consegue saber qual vai ser o caminho das contas públicas e o impacto das variáveis econômicas. O governo precisa mostrar um norte não apenas de curto prazo, mas qual vai ser o caminho em que cada vez mais a política entra. E se o PT continuar (no governo)? Qual vai ser o norte? — questionou a economista.
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