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POLÍTICA

Processo de compra de novo avião presidencial deve levar pelo menos um ano, diz Múcio

21 de outubro, 2024 / Por: Agência O Globo

A troca passou a ser discutida logo nos primeiros meses de governo, mas ganhou força depois do incidente no México

Processo de compra de novo avião presidencial deve levar pelo menos um ano, diz Múcio
Lula quer comprar novo avião presidencial e escalou ministro da Defesa para apresentar propostas. — Foto: Ricardo Stuckert/Secom

O processo de aquisição de uma nova aeronave presidencial deve levar cerca de um ano e pode chegar a 18 meses, de acordo com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Isso quer dizer que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode usufruir pouco do novo modelo antes de disputar um novo mandato, em 2026.

— Você comprar o novo demora mais para você fazer uma adaptação no ambiente comum, mas eu espero que dentro de um ano, um ano e meio, a gente tenha isso — comentou o ministro, na saída de um evento de agronegócio em São Paulo.

Múcio ficou encarregado de apresentar opções de compra após viagem do mandatário à Rússia, para reunião dos Brics. Lula, contudo, não embarcou por precaução médica depois de sofrer um acidente doméstico. O presidente estava sentado em um banco que escorregou no banheiro. Bateu a parte de trás da cabeça e precisou levar cinco pontos.

Segundo o ministro, a compra de novas aeronaves é necessária porque há deficiência na frota do governo federal e os modelos atuais, que incluem não apenas o avião presidencial, mas também aeronaves menores que chegam antes ao destino com assessores, têm passado por “manutenções frequentes”. A Defesa já estaria recebendo orçamentos, mas o chefe da pasta não especificou qual o modelo buscado para atender Lula, que pode ser um A320. Ressaltou, por outro lado, que deve ter mais autonomia de voo e quantidade de assentos.

— Não são aeronaves simples, comuns, que você pode comprar de uma empresa aérea, mas nós já estamos recebendo orçamentos para poder fazer o julgamento — relata. — Tem que ser um avião grande para fazer voo longo, como esse que ia para a Rússia e a China, sem fazer escala. O presidente tem feito um trabalho muito grande nessa área de política externa. Mas não é uma coisa simples que se resolva de um dia para o outro — completou o ministro.

No dia 1º de outubro, a aeronave usada por Lula, um Airbus A319CJ (VC-1), conhecido como “Aerolula”, apresentou problemas logo depois de decolar na Cidade do México e precisou ficar dando voltas no ar por quase cinco horas para gastar combustível antes de aterrissar no mesmo aeroporto. A Força Aérea informou que o avião teve uma “anomalia técnica” que resultou em “alta vibração em uma das turbinas”.

— Aquele acidente que aconteceu com ele é simples, desagradável porque a pessoa tem que ficar quatro horas até que os tanques fiquem vazios para poder pousar, mas não é uma coisa que se resolve imediatamente.

O avião que costuma transportar o presidente é de 2004, foi montado em Hamburgo, na Alemanha, tem capacidade para até 39 passageiros e conta com autonomia de 11,2 mil quilômetros, segundo a fabricante. A troca passou a ser discutida logo nos primeiros meses de governo, mas ganhou força depois do incidente no México e de uma viagem ao Japão que demandou duas escalas. O presidente tem 78 anos, e cada parada traz custos com tarifas aeroportuárias e risco à segurança.

A compra precisa ser autorizada pelo Congresso. Em entrevistas, Lula já deu mostras de que pretende adotar o discurso de que o investimento não é meramente para atendê-lo, e sim a instituição, beneficiando todos os presidentes eleitos daqui por diante e seus ministros, que costumam “pegar carona” nos jatinhos da FAB.

A viagem do presidente para a cúpula dos Brics, na Rússia, seria feita em um Airbus A330-200 (KC-30), o maior avião da FAB, com capacidade para 250 passageiros e autonomia de 16 horas. O modelo, no entanto, não conta com o mesmo conforto do avião presidencial, dividido em três espaços, incluindo uma sala com mesas e cadeiras na parte do centro e espaço a bordo em separado destinado a autoridades.

A possibilidade de adaptar o modelo adquirido no governo de Jair Bolsonaro (PL) também foi levantada entre os militares. Para isso, seria preciso colocar internet, suíte com chuveiro e sala reservada para que o presidente possa despachar, por exemplo, o que demanda custos.


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