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SAÚDE

Programa do SUS em SP oferece apoio gratuito a pessoas em luto

2 de dezembro, 2022

Receber o aviso da morte de um familiar por videochamada, não ter um ritual de despedida e não abraçar os amigos foram algumas das situações […]

Programa do SUS em SP oferece apoio gratuito a pessoas em luto
Programa é voltado para pacientes que perderam parentes na pandemia - Foto: ARQUIVO/TOMAZ SILVA-ABR

Receber o aviso da morte de um familiar por videochamada, não ter um ritual de despedida e não abraçar os amigos foram algumas das situações vivenciadas nas fases mais agudas da pandemia de covid-19. “Ali, a gente estava dentro de um processo de luto coletivo. O mundo que a gente conhecia mudou”, relembra a psicóloga Samantha Mucci.

Ela, que é professora do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi uma das idealizadoras, em maio de 2020, do Programa de Acolhimento ao Luto (Proalu). A iniciativa segue ativa e faz atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para todo o país.

“Treinamos os residentes, na época eram cerca de 20 residentes de Psiquiatria, tudo online. Marcamos os horários de supervisão semanais e dividimos os grupos”, relembra a coordenadora Samantha. Inicialmente, o programa era voltado para familiares de pacientes de covid-19 do Hospital São Paulo, que é vinculado à universidade, mas depois foi ampliado para outras unidades. A partir de 2021, o Proalu começou a atender pessoas enlutadas – crianças, adolescentes e adultos – por perdas decorrentes de todos os tipos de morte, incluindo as que passaram por perdas gestacionais.

A coordenadora explica que são utilizadas as teorias de psicoterapia breve e do aconselhamento ao luto. No primeiro caso, para adultos, são 12 encontros virtuais; e no aconselhamento são quatro momentos. Para crianças e adolescentes, é oferecida a ludoterapia, com 16 encontros, apenas presencialmente. Os atendimentos são realizados por psicólogos, psiquiatras e residentes de Psicologia, Psiquiatria e de Medicina da Saúde da Família. “A gente abriu um grupo de voluntários e, no total agora, são 80 pessoas envolvidas”, comemora a professora.