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Ex-camisa 10 arriscou a própria biografia no clube e luta para lidar com frustração dos torcedores, como o ex-presidente Mauricio Macri, em meio a resultados ruins e polêmicas
O estopim foi aceso em Belo Horizonte, mas a bomba explodiu em La Bombonera, após a derrota por 1 a 0 para o River que alterou o ânimo de todo o universo Boca Juniors. Jogadores, comissão técnica e dirigentes foram criticados pelo desempenho do time no clássico. No entanto, a maior parte das alfinetadas foi dirigida a um único e principal destinatário: Juan Román Riquelme, o ídolo imaculado que decidiu descer do pedestal para afundar os pés na lama da política e que agora está passando pelo seu pior momento como a mais alta autoridade do clube.
Riquelme foi o presidente com mais votos na história do Boca: 30.318 sócios depositaram a sua confiança na maior referência do futebol do clube. Hoje, muitos dos torcedores se sentem desiludidos. Embora já tivesse recebido críticas após a eliminação do time nas oitavas de final da Copa Sul-Americana, segundo torneio continental mais importante do continente, o revés em casa contra os reservas dos “millonarios” desencadeou uma onda inédita de questionamentos.
O próprio presidente argentino, Javier Milei, e o ex-presidente argentino e torcedor do Boca Mauricio Macri atacaram duramente a figura do antigo ídolo, cujo nível de aceitação diminuiu drasticamente nos últimos meses. Embora não tenha havido insultos ou cânticos ofensivos contra ele, o descontentamento dos torcedores foi fortemente sentido nas redes sociais e em entrevistas de rua nos momentos após o clássico.
Neste domingo, para piorar a situação, Riquelme tomou uma nova medida “impopular”: apoiar o treinador Diego Martínez apesar de o próprio ter colocado o cargo à disposição. Martínez foi escolhido por Riquelme, e o presidente preferiu não o demitir, apesar do apelo da torcida. Riquelme ficou muito insatisfeito com o nível do time, mas resolveu deixar a maré baixar e depois analisar outras opções. Após o clássico, as câmeras de TV capturaram seu incômodo. Nem desceu ao vestiário para conversar com os jogadores.
As questões sobre a gestão Riquelme não são novas, mas são mais recorrentes. A eleição de treinadores sem grande experiência (Sebastián Battaglia, Hugo Ibarra, Diego Martínez) e a política de reforços (na sua maioria apostas) são os principais motivos da indignação dos torcedores.
No último ano, o Boca embolsou cifras extravagantes devido às saídas de Valentín Barco para o Brighton, Mateo Retegui para o Genova, Aaron Anselmino para o Chelsea, Ezequiel Fernández para o Al Qadsiah e Luca Langoni para o New England Revolution, da MLS. E para enfrentar o segundo semestre contratou Gary Medel, Brian Aguirre (ambos lesionados), Miramón (saiu no intervalo contra o River), Milton Giménez, Juan Barinaga (entrou nos acréscimos), Tomás Belmonte e Agustín Martegani, que nem foram acionados na partida.
A defesa ferrenha do Conselho de Futebol é outra das questões que corroeram a imagem do ex-camisa 10. Principalmente depois que o mesmo Conselho enviou a lista de inscritos para a Copa Sul-Americana com uma hora de atraso e o Boca ficou praticamente sem opções para enfrentar o Independiente del Valle. Além disso, Jorge Bermúdez, Marcelo Delgado e Raúl Cascini são acusados de ocultação e falso testemunho no caso de abuso sexual cometido pelo ex-técnico da seleção feminina Jorge Martínez contra uma funcionária do clube.
Além disso, à crise futebolística do time se soma uma série de irregularidades e promessas não cumpridas que mais uma vez inundaram as redes em meio à revolta pela derrota no clássico. São exemplos os maus-tratos a integrantes vitalícios (muitos ficaram impossibilitados de entrar no estádio); a falta de um projeto sério de ampliação e reforma de La Bombonera; e a entrada de centenas de turistas e celebridades na arena sem cumprir uma única exigência cobrada dos associados.
Há ainda um problema antigo que levou a um processo judicial que investiga a possível revenda de ingressos com a cumplicidade de Cristian Riquelme (irmão do ídolo) e do secretário do clube, Ricardo Rosica.
“Isso me dói, não posso acreditar o quanto eles transformaram o Boca. E esta situação vai muito além do que acontece em campo”, escreveu Mauricio Macri em suas redes junto a um vídeo publicado pelo ex-candidato presidencial da oposição Andrés Ibarra, que também inclui o depoimento de alguns torcedores.
Após o jogo, vários integrantes relataram não conseguir levantar a voz contra Riquelme ou contra os jogadores sem se sentirem intimidados por outros “torcedores”. Referências como Sergio Romero, Marcos Rojo e Pol Fernández, todos elogiados e apoiados pelo ídolo do clube, foram os mais criticados após a derrota para o River.
O Boca está há um ano e meio sem títulos e ainda não conseguiu realizar o sonho da Copa Libertadores. Nos últimos tempos, sequer “competiu”. Está eliminado da Sul-Americana, longe da liderança da Liga Profissional e fora da zona de classificação para a Libertadores 2025. O Boca não vê o fundo do poço de suas crises e quase todas as críticas apontam contra Riquelme: o gênio que arriscou sua estátua e luta para manter sua idolatria.

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