Uma arte universal
Brasília está celebrando seus 65 anos com uma vibrante programação do premiado artista Toninho de Souza.
Em um iniciozinho de tarde de 92, fui levada por meu pai ao compromisso que – àquela altura – parecia ser o mais importante do ano. O carro estacionou por alguns poucos segundos; tempo suficiente para a menina, de bobs, colocar os pés na avenida Rui Barbosa, impulsionar o resto do corpo para fora da …
Em um iniciozinho de tarde de 92, fui levada por meu pai ao compromisso que – àquela altura – parecia ser o mais importante do ano. O carro estacionou por alguns poucos segundos; tempo suficiente para a menina, de bobs, colocar os pés na avenida Rui Barbosa, impulsionar o resto do corpo para fora da Santana Quantum, voltar o rosto para o pai, soltar o beijinho de obrigada e subir correndo as escadarias da Associação Garanhuense de Atletismo.
Era o ensaio do baile de debutantes da cidade. A tarde em que conheceríamos nossos pares da primeira valsa. Estavam no salão da AGA, além das vinte e poucas meninas, os cadetes do exército que nos acompanhariam do palco até o salão, desfilariam conosco enquanto éramos apresentadas à sociedade e rodopiariam um Danubio Azul antes de nos devolver aos nossos pais.
“Roberta D´Albuquerque é filha do Dr João Paulino e da Dra Ana Maria, seu vestido foi criado e confeccionado por ‘nunca vou lembrar o nome’, seu esporte favorito é natação, e no futuro, escolheu ser arquiteta.”
No meio do ano passado, minha irmã recebeu no whatsapp um vídeo dessa festa. No fundo tocava Crença e Fé de Daniela Mercury. E lá pelas tantas, uma menina de dentinhos tortos, flores no cabelo e mangas bufantes, balançava o corpo e cantava desconcertada, “vou dar a volta no mundo eu vou, vou ver o mundo girar.” Era eu aos 15.
Ontem, foi o aniversário de minha filha mais velha. Também fez 15. Desavisada da volta que dava tantos anos depois, lhe escrevi – e escrevi a mim mesma, a menina que fui – um bilhete para lembrá-la que o mundo é maior do que a gente pensa, é complexo, lindo e repleto de possibilidades. Ela leu e riu doce.
Não tenho dúvidas de que sabe disso. Fez essa descoberta bem mais cedo. Lalá é do sentir, do experimentar, não do ensaiar. Não se deixa definir por filiação, origem da roupa, ou um ‘o que escolheu para o futuro’. Ela é ser no gerúndio. Segue escolhendo, definindo e se redefinindo. Jamais dançaria uma primeira valsa – metafórica, claro – com um par nomeado por outro. E aliás, está muito mais para o pulsar do Ilê Ayê que Daniela canta em sua música. Viva a minha menina, que decerto já viu e ainda verá muitas vezes o mundo girar.
Um beijo para o Darwin. E boa semana queridos.
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Roberta D’Albuquerque é psicanalista, autora de Quem manda aqui sou eu – Verdades inconfessáveis sobre a maternidade e criadora do portal A Verdade é Que…
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