Brasília Agora


DESTAQUE

Rede de atendimento a acidentes com animais venenosos tem 11 unidades no DF

11 de setembro, 2023

Veja as orientações sobre o que fazer e onde procurar ajuda caso sofra um ataque de escorpião, aranha ou outra espécie peçonhenta Aranhas surgem em […]

Rede de atendimento a acidentes com animais venenosos tem 11 unidades no DF
Foto: Divulgação/Agência Brasília

Veja as orientações sobre o que fazer e onde procurar ajuda caso sofra um ataque de escorpião, aranha ou outra espécie peçonhenta

Aranhas surgem em maior número durante o período das chuvas, quando ficam desabrigadas | Foto: Carlos Eduardo/Zoológico de Brasília

De janeiro até 21 de agosto, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) registrou 2.180 acidentes com animais peçonhentos. Em 2022, durante todo o ano foram contabilizados 2.752 casos de picadas de serpente, aranha, escorpião, lagarta e outros.

A SES-DF está preparada para atender a população em casos de picadas desses animais. Onze hospitais da rede pública possuem soros antiveneno para serem aplicados em pacientes que apresentem estado moderado ou grave.

Onze hospitais da rede pública do DF têm soros antiveneno para pacientes que se encontram em estado moderado ou grave após acidente com animais peçonhentos | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília

A rede privada de saúde não disponibiliza a medicação. Os hospitais particulares podem encaminhar os pacientes a uma unidade regional ou solicitar o contraveneno à rede pública.

“O número de acidentes com escorpião aumentou muito, e temos em Brasília um dos animais mais perigosos, que é o escorpião-amarelo, com uma picada mais severa. A possibilidade de gravidade é maior e requer mais cuidado no atendimento”, destaca a médica Andrea Amora, do Centro de Informação e Assistência Toxicológica do DF.

O que fazer?

A SES-DF destaca que o atendimento imediato é fundamental para a sobrevivência das vítimas e a redução de possíveis sequelas. “No caso de acidentes com um animal peçonhento, qualquer que seja o animal, a principal recomendação é lavar o local com água e sabão e procurar o atendimento médico nos hospitais da rede pública. Nas unidades de saúde, o paciente em caso grave poderá receber o soro antiveneno e a medicação sintomática para que o quadro clínico não evolua”, explica Amora.

Os casos podem ser classificados como leve, moderado e grave. Nesses dois últimos quadros clínicos, na maioria das vezes é necessário aplicar soro. A médica afirma que a medicação é a única capaz de neutralizar o veneno no organismo dos pacientes.

“As primeiras 48 horas, até no máximo 72 horas, são o tempo hábil para a aplicação do soro, para que a fração do veneno no organismo seja neutralizada. Após esse período, ele perde a efetividade e, com isso, os pacientes podem ter maiores alterações no quadro clínico, pois o veneno continuará agindo no corpo. Além disso, é preciso o uso racional do medicamento. Em muitos casos, a observação do quadro clínico é mais importante para se avaliar os sintomas”, ressalta a profissional.

Se for possível, é recomendado que o animal seja capturado ou que uma foto dele seja feita para identificá-lo

Ela alerta ainda que é necessário redobrar os cuidados com crianças menores de 3 anos e com idosos, pois esses grupos concentram os pacientes com maior potencial de gravidade.

As unidades que disponibilizam o soro antiveneno na capital são:

→ Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), Asa Sul;
→ Hospital Regional Guará;
→ Hospital Regional Brazlândia;
→ Hospital da Região Leste, Paranoá;
→ Hospital Regional Ceilândia;
→ Hospital Regional Gama;
→ Hospital Regional de Santa Maria;
→ Hospital Regional Planaltina;
→ Hospital Regional Sobradinho;
→Hospital Regional Taguatinga;
→ Hospital Regional da Asa Norte (Hran).

O Hospital Regional de Samambaia não armazena os medicamentos, mas pode solicitá-los sempre que preciso à unidade de atendimento mais próxima, em Taguatinga. O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da SES-DF, também auxilia com informações sobre os primeiros cuidados, pelos números 0800 644 6774 ou 0800 722 6001. Se for possível, é recomendado que o animal seja capturado ou que uma foto dele seja feita para identificá-lo.

Como se prevenir

Escorpiões e outros animais peçonhentos se escondem em ambientes úmidos e escuros durante o dia e saem em busca de alimento à noite. Por isso, é importante ter atenção em locais como entulhos, ralos e caixas de esgoto.

A SES-DF aponta que é essencial manter casas e quintais limpos e sem entulho para combater a proliferação de insetos. “É um problema de saúde pública em praticamente todas as cidades do país. É importante manter os ambientes limpos, limpar a caixa de gordura, evitar deixar migalhas espalhadas pela casa e ter cuidado com o lixo, pois tudo isso atrai as baratas, que servem de alimento para outros insetos. Essas ações acabam por proteger as crianças”, pontua Andrea Amora.

O uso de inseticida não é recomendado, já que não há comprovação de que o remédio funcione com escorpiões. Se um escorpião for encontrado, é necessário entrar em contato com a Vigilância Ambiental por meio dos números 160 e (61) 2017-1344, ou pelo e-mail [email protected].