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Efeitos da mudança climática tendem a aumentar crise, mas solução esbarra em problemas como pouca informação da população sobre benefícios da reciclagem
As mudanças climáticas em curso já alteram os regimes de chuvas e afetam os modelos meteorológicos usados até aqui. Se está mais difícil prever inundações e secas, entra em cena uma adaptação viável: a economia circular de água. A prática desponta como uma das saídas mais promissoras para garantir a segurança hídrica necessária à vida humana no planeta.
— No Brasil, já temos tecnologia suficiente para aproveitar a água de reuso, com técnicas que vão da utilização do lodo do esgoto na produção de fertilizantes e geração de energia elétrica até filtragem de maneira eficiente para obter água potável — afirma Marcel Costa Sanches, presidente nacional da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária ambiental (Abes).— As iniciativas nesse sentido, porém, são nichos isolados de excelência.
Ele cita como exemplo bem-sucedido o Aquapolo Ambiental, maior empreendimento de produção de água de reuso da América do Sul, que em dez anos forneceu 108 milhões de metros cúbicos para processos industriais no ABC Paulista e no polo petroquímico de Capuava.
Em Franca, no interior de São Paulo, avança o projeto piloto da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que transforma rejeitos sanitários em combustível para carros. Com aporte de R$ 7 milhões, desde o ano passado a estação processa 550 litros de esgoto por segundo, abastecendo 40 veículos leves da frota da Sabesp com a produção diária de biogás a partir de resíduos.
Quando se considera o consumo humano, porém, um dos entraves para o avanço no uso da água reciclada, de acordo com Sanches, é cultural, já que a população precisa ser convencida de que é possível eliminar 100% dos contaminantes.
— Precisamos de políticas públicas, tanto na regulação dos processos quanto na publicidade, esclarecendo as pessoas que a transformação em água limpa é segura.
Uma pesquisa da consultoria GlobeScan, em parceria com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês), revelou que 81% dos brasileiros estão muito preocupados com a escassez de água potável, percentual acima da média mundial, de 58%.
— Temos que aproveitar essa preocupação para fazer chegar informações de qualidade ao público, sobre os benefícios da reciclagem de água — diz Marcio José Silva, CEO do Aquapolo Ambiental.
O consenso entre pesquisadores é que os efeitos da crise climática tendem a aumentar a escassez hídrica nos próximos anos.
O mais recente levantamento do MapBiomas Água revela que, em 2023, a cobertura de água no território brasileiro ficou 1,5% abaixo da média histórica.
A agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para questões da água (UN-Water) estipula que o acesso o recurso e ao saneamento é um direito humano. Porém, cerca de 2,2 bilhões de pessoas não têm acesso.
— A escassez de água tende a provocar conflitos — lembra o presidente da Abes.
Uma equipe de pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR) mapeou as desavenças provocadas pelo estresse hídrico, descobrindo que houve aumento de 481% no número de conflitos por água no Brasil entre 2005 e 2021.
O pico no número de casos ocorreu em 2019, na ocasião do rompimento das barragens em Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais, que, além de 289 mortes e centenas de desabrigados, causou falta água para a população.
— O exemplo clássico de conflito é quando um produtor rural quer acessar a água para uso em sua plantação, mas o manancial é necessário para abastecimento urbano — explica Gesmar Rosa dos Santos, um dos autores do estudo. — Para minimizar o problema, precisamos que as agências reguladoras façam uma boa gestão e fiscalização de outorgas de poços.
Outra saída que vem sendo adotada para aumentar a segurança hídrica, embora mais comum em países com alta escassez de água, como Arábia Saudita e Israel, é a dessalinização da água do mar. A tecnologia está presente no Brasil, mas tem alto custo.
Segundo a Water Research Foundation, fica até dez vezes mais caro (US$ 3) produzir água limpa por meio de dessalinização, na comparação com o tratamento a partir do esgoto sanitário (US$ 0,30), em preços estimados por metro cúbico, na média. O recurso está sendo explorado no Ceará e no Maranhão.
A maior planta no território brasileiro é a usina de dessalinização da ArcelorMittal na Região Metropolitana de Vitória (ES), com capacidade para produzir 500 m³ por hora (140 litros por segundo), que usa tecnologias de membranas e osmose reversa. O projeto está em operação desde setembro de 2021.
— Um facilitador foi o fato de que, desde 1983, usamos água do mar, sem dessalinizar, em processos de troca indireta de calor. Assim, já tínhamos a infraestrutura de canal e estação de captação prontas — diz Fabricio Assis, diretor de Produção de Gusa e Energia na ArcelorMittal Tubarão. — Na refrigeração dos equipamentos de produção de aço, 96% da água que usamos vêm do mar, e somente 4% são provenientes do Rio Santa Maria da Vitória.
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