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VARIEDADES

Rock in Rio 2024: veja 10 pontos que marcaram o festival

23 de setembro, 2024 / Por: Agência O Globo

Roberta Medina, vice-presidente de reputação da Rock World, confirma nova edição em dois anos: ‘Claro, em 2026 teremos Rio e Lisboa’

Rock in Rio 2024: veja 10 pontos que marcaram o festival
Palco Mundo do Rock in Rio. Foto: Reprodução

A edição 2024 do Rock in Rio tinha uma missão dupla: celebrar o legado do festival concebido há 40 anos por Roberto Medina e apontar seu futuro, destacando sonoridades que vão muito além daquela que está em seu nome.

Passados sete dias em que a Cidade do Rock recebeu cerca de 200 artistas e em torno de 700 mil pessoas, pode-se dizer que os dois objetivos foram alcançados. Por um lado, artistas que fazem parte da história do festival, como Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, Lulu Santos, Ivete Sangalo e Ney Matogrosso, estiveram presentes. De outro, gêneros musicais como o trap, o samba e o inédito sertanejo marcaram forte presença, demonstrando seu grande potencial de atração e ampliação do público — que aprovou a nova estrutura da Cidade do Rock, com mais espaço de circulação e limpeza facilitada pela adoção de copos reutilizáveis.

Vice-presidente de reputação da Rock World, empresa por trás do Rock in Rio e do The Town, em São Paulo, e que produz o Lollapalooza, Roberta Medina avalia positivamente a edição comemorativa de quatro décadas do festival, mesmo enfrentando percalços, como os problemas de telão de Travis Scott, logo na primeira noite, dia 13 de setembro, e os atrasos em sequência do Dia Brasil, no último sábado (21), causando a ausência do cantor Luan Santana do show “Para sempre sertanejo”, ao deixar o Rio para atender a uma apresentação agendada em Santa Catarina.

— Foi uma pena, mas ele (Luan Santana) não podia ficar. Num evento deste tamanho, é impossível controlar tudo — diz Roberta, confirmando o Rock in Rio em 2026. — Claro, em 2026 teremos Rio e Lisboa. Não estamos aí inventando o (parque temático) Imagine para ser para sempre? Então, é para sempre.

Sobre o Dia Brasil, que reuniu, em todos os palcos, diferentes vertentes da música brasileira, como rock, samba, funk, trap e sertanejo, a empresária avalia que a experiência valeu como comemoração, mas que não deve mais se repetir no mesmo formato.

— Queríamos fazer uma celebração da música brasileira, o que gerou uma logística desafiadora pelo número de pessoas envolvidas. Eram mais de duas mil pessoas no backstage, sendo duas mil só para dar conta de dos artistas. O que acabou gerando alguns problemas, mas no fim foi bem recebido, tivemos nota 9 na avaliação do público. Os encontros nos palcos vão seguir, seguramente, mas sem tanta gente junta ao mesmo tempo — comenta Roberta, celebrando a variedade de gêneros na edição de 2024. — A nossa curadoria é um reflexo do que o consumidor quer, do que a sociedade gostaria de ver. Tem o olhar atento aos talentos, a tentativa de jogar luz em novos nomes, mas é uma seleção sempre conectada com o que o público espera.

Em uma entrevista coletiva realizada no sábado (21), Roberta já havia anunciado os próximos eventos no calendário da Rock World, empresa que produz o Lollapalooza Brasil e que criou e organiza o Rock in Rio e o paulistano The Town. Este já tem datas para sua segunda edição: nos dias 6, 7, 12, 13 e 14 de setembro de 2025, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Dois meses depois, em novembro, será a vez do Amazônia Para Sempre, um grande show em um palco flutuante, em forma de vitória-régia, em Belém (PA), realizado em paralelo à 30ª Conferência do Clima (COP 30), promovida pela ONU. O Amazônia para Sempre trará uma estrela internacional para o espetáculo, cujo nome será anunciado em breve.

Dez pontos que marcaram o Rock in Rio 2024

1. Nova Cidade do Rock aprovada. A nova disposição dos palcos principais, com o Sunset mais distante do Mundo e a criação de um amplo espaço de circulação entre os locais, facilitou muito o deslocamento do público — que ao longo do dia se alterna entre um e outro para acompanhar os shows mais aguardados.

2. Espaço Favela bombando. A nova localização deixou o palco um pouco mais distante do eixo principal da Cidade do Rock, mas também criou um clima bacana de festival paralelo, atraindo um público que se dirigia para lá no início da tarde e ficava até o final, aproveitando atrações ligadas à música urbana e periférica brasileiras, como Poze do Rodo, “Para sempre baile de favela” e Belo.

3. Global Village chegou para ficar. Novidade deste ano, o Global Village tinha tudo para virar um “palco de passagem” entre o Mundo e o New Dance Order, local da música eletrônica, mas acabou se tornando uma opção de shows ótimos e menos concorridos que os dos palcos maiores, com nomes como Bixiga 70 e Lia de Itamaracá.

4. Samba ganhando espaço. Celebrado com show próprio no Dia Brasil (uma apresentação que reuniu Zeca Pagodinho, Alcione, Diogo Nogueira, Jorge Aragão, Maria Rita e Xande de Pilares), o ritmo ainda se expandiu por outros dias, presente nos shows de Gloria Groove, Ferrugem, Xande de Pilares, Fundo de Quintal e, no último dia, na homenagem a Alcione. Além disso, bombou na Cidade do Rock a roda do Clube do Samba, vizinho ao Global Village.

5. Porteira aberta para o sertanejo. Após o sucesso do show dedicado ao gênero, comandado em grande estilo por Chitãozinho e Xororó na noite do sábado, dia 21, o gênero que estreou este ano na Cidade do Rock tem tudo para ganhar ainda mais espaço nas próximas edições do festival.

6. O sucesso do trap — e suas tretas. O subgênero do rap teve o dia de abertura para si — que, tendo como headliners MC Cabelinho e o americano Travis Scott, foi um dos mais agitados do festival. O único senão foi o show “Para sempre trap”, cujo atraso acabou prejudicando toda a programação do último sábado e teve trappers ostentando armas de brinquedo.

7. Autotune, sampler, playback etc. Os efeitos de som na voz dos cantores, usados à exaustão por jovens e veteranos, chamaram a atenção de quem estava no festival e do público em casa.

8. Dia Brasil sem liga. O conceito de shows coletivos com formatos variados produziu espetáculos desiguais.

9. Limpeza beleza. Com a abolição dos copos descartáveis, a Cidade do Rock ficou limpa.

10. Transporte público. O BRT para chegar à Cidade do Rock funcionou bem todos os dias.


BS20240923075620.1 – https://oglobo.globo.com/cultura/noticia/2024/09/23/rock-in-rio-2024-veja-10-pontos-que-marcaram-o-festival.ghtml