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Em nota nas redes sociais, ex-jogador afirmou não ter recebido apoio das federações estaduais
Após revelar no fim do ano passado o desejo de se tornar presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ronaldo Fenômeno desistiu oficialmente da candidatura nesta quarta-feira. Nas redes sociais, o ex-jogador anunciou que não irá concorrer ao cargo contra Ednaldo Rodrigues após não ter recebido apoio das federações estaduais.
Segundo Ronaldo, 23 das 27 federações se recusaram a se encontrar com o ex-jogador, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição. Para se candidatar à presidência da CBF, Fenômeno precisaria do apoio formal de quatro das 26 federações estaduais e a do Distrito Federal, e de quatro clubes das Séries A e B.
— No meu primeiro contato com as 27 filiadas, encontrei 23 portas fechadas. As federações se recusaram a me receber em suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição. Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo — escreveu Ronaldo em um trecho da carta aberta.
O processo eleitoral da CBF é baseado em um sistema de pontos. Os votos das federações estaduais têm peso 3 (totalizando 81 pontos), os votos dos clubes da Série A têm peso 2 (somando 40 pontos), e os votos dos clubes da Série B têm peso 1 (somando 20 pontos). Ou seja, se 24 das 27 federações estaduais decidirem apoiar um candidato, ele atingiria 72 pontos, e a eleição estaria definida, já que a soma de todos os outros votos não ultrapassaria 69 pontos.
No mês passado, Ronaldo publicou uma carta aberta pedindo à Fifa para supervisionar a eleição para a presidência e garantir a isonomia do processo. Para ele, os mecanismos para lançar as candidaturas existem para impedir que a atual gestão se mantenha no poder.
Com a desistência de Ronaldo, Ednaldo Rodrigues, atual presidente da confederação, tem caminho livre para uma reeleição. Ele tem uma janela de um ano para marcar a eleição — do final desse mês até 22 de março do ano que vem, quando seu mandato chega ao fim.
“Depois de declarar publicamente o meu desejo de me candidatar à presidência da CBF no próximo pleito, retiro aqui, oficialmente, a minha intenção. Se a maioria com o poder de decisão entende que o futebol brasileiro está em boas mãos, pouco importa a minha opinião.
Conforme já havia dito, os meus primeiros passos seriam na direção de dar voz e espaço aos clubes, bem como escutar as federações em prol de melhorias nas competições e desenvolvimento do esporte em seus estados. A mudança necessária viria desse alinhamento estratégico, com a força da visão compartilhada.
No entanto, no meu primeiro contato com as 27 filiadas, encontrei 23 portas fechadas. As federações se recusaram a me receber em suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição. Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo.
O estatuto concede às federações o voto de maior peso e, portanto, fica claro que não há como concorrer. A maior parte das lideranças estaduais apoia o presidente em exercício, é direito deles e eu respeito, independentemente das minhas convicções.
Agradeço a todos que demonstraram interesse na minha iniciativa e sigo acreditando que o caminho para a evolução do futebol brasileiro é, antes de mais nada, o diálogo, a transparência e a união.”
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