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Empresário é apontado como integrante de núcleo de aliados do ex-presidente considerado mais ‘moderado’ e como financiador da estadia do ex-presidente dos Estados Unidos
O empresário do agronegócio Paulo Junqueira foi citado na primeira delação premiada de Mauro Cid como integrante de um grupo de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) considerado “mais moderado”. Segundo os detalhes do depoimento do tenente-coronel, revelados com exclusividade pelo colunista do Globo Elio Gaspari, o ruralista foi apontado como responsável por “financiar a viagem do presidente aos Estados Unidos”, na véspera da posse de Lula, em 2023. Bolsonaro também ficou hospedado na casa de Junqueira em Orlando (Flórida) na época.
Presidente do Sindicato e da Associação Rural de Ribeirão Preto, Junqueira era conhecido por sua proximidade ao ex-mandatário, convidando-o regularmente para participar de feiras agrícolas como o Agrishow, uma grande exposição anual em seu município. A relação entre os dois, no entanto, ganhou maior evidência quando o ruralista recebeu Bolsonaro em sua residência nos Estados Unidos, em fevereiro de 2023.
Após uma temporada na casa do ex-lutador de MMA José Aldo, Bolsonaro seguiu para a propriedade de quatro suítes do empresário do agronegócio. Foi nesta casa em que ele também publicou um vídeo chorando ao escutar o cantor sertanejo Rick, que faz dupla com Renner, cantar um louvor. Ele estava ao lado de Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa Econômica Federal demitido após acusações de assédio sexual. No local, o ex-presidente também recebeu visitas do filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL-PE).
Durante a estadia do ex-presidente, Junqueira ficou hospedado em um imóvel próximo, a apenas dois quarteirões de distância.
Genro de ruralista teria levado encomenda de dinheiro para Bolsonaro
Como também revelou o colunista do Globo Lauro Jardim, mensagens entre Cid e Marcelo Câmara, coronel do Exército também preso pela PF, interceptadas pelas autoridades no caso das joias dão conta de que Bolsonaro recebeu uma “encomenda” com um cartão e dinheiro de Junqueira durante sua estadia nos Estados Unidos. A entrega teria sido feita pelo genro do ruralista, Samuel Oliveira, que deixou o Brasil em 29 de dezembro de 2022 rumo aos EUA e só retornou em 5 de janeiro de 2023.
As investigações também apontaram que o ex-presidente pode ter usado dinheiro em espécie para custear despesas em dólar durante seu refúgio em solo americano. Seriam, segundo a PF, “proventos obtidos por meio da venda ilícita das joias desviadas do acervo público brasileiro”
O Globo tentou contato com Paulo Junqueira e Samuel Oliveira, mas foi informado pelo escritório do empresário que eles estariam em viagem ao exterior com a família.
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