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Data estelar: Vênus e Saturno em conjunção.
Artista não larga mão de um simples adereço, que provoca surpresa por ser um especialista em criar fantasias elaboradas
Por que um especialista em criar fantasias tão elaboradas para a Avenida está sempre com aquele chapéu de pirata basicão, adereços dos mais comuns espalhados pelos corredores estreitos da Saara, a Meca do comércio carnavalesco carioca nestes tempos de folia?
Dono de cinco títulos em dez carnavais no Grupo Especial e Acesso, o artista, formado pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio, tem um motivo especial para guardar o adorno do lado esquerdo do peito: ele se tornou seu principal amuleto durante a competição carnavalesca.
Tudo começou em 2020. No ano em que vestiu o chapéu pela primeira vez na Sapucaí, Leandro foi campeão pelo Grupo de Acesso e responsável por devolver a Imperatriz ao Grupo Especial.
Quando a folia de 2023 apontava no calendário, ele deu novamente de cara com o dito cujo ao remexer no baú onde mantém as fantasias que usa no carnaval de rua. Não conseguiu fugir.
– Pensei: vou suar com ele por aí para energizá-lo e depois vou para a Avenida. Aí, a Imperatriz foi campeã de novo… Ou seja, esse chapéu deve ter algum mistério. Passei a usá-lo todas as noites em que meu trabalho é julgado.
Leandro arrisca uma resposta para explicar o tal mistério, ou melhor, a boa sorte:
– Comprei o chapéu de pirata nas ruas do Saara. Antes da Avenida, sempre fui com ele ao (bloco) Cordão do Boitatá, ao Céu na Terra, ao Prata Preta e ao meu bloco, o Fuzuê da Ilha. É um chapéu carregado da energia mágica da rua. É como se eu levasse essa energia da rua para o chapéu e para a Sapucaí – acredita ele que, por orientação espiritual, apagou as caveiras que estampavam as abas e costurou nelas a aliança de casamento dos pais, um anel de sua avó e uma pena do papagaio do avô.
Quem conhece o carnavalesco apenas como um dos grandes nomes campeões da Marquês Sapucaí, pode não saber, mas Leandro é também um intenso folião raiz fora da Avenida, um brincante de diversos blocos do Rio.
– Antes da Avenida, meu primeiro gosto foi pelo carnaval de rua. E sempre fiz minhas fantasias para brincar. Frequento o Cordão do Boitatá desde que saía na Rua do Mercado (Centro do Rio) há 28 anos. Fazia roupa para brincar no Bola Preta, no Cacique de Ramos. Nunca perdi o desejo de brincar na rua e vestir fantasias. Hoje, uso materiais que sobram no barracão, junto penduricalhos e incremento com adereços da Saara.
Brincar na rua, livre de cobranças e responsabilidades, é libertador para o carnavalesco, que ano passado saiu por aí vestido de Gal Tropical e, este ano, de Clara Nunes.
– O grande barato do carnaval de rua é a não preocupação de contar o enredo. Cada folião é autor da sua fantasia, cada um enreda a seu modo. Se vestir para brincar na rua traz a possibilidade do encantamento e do riso.
Se a gente ligar as duas pontas, a ideia do chapéu encantado das ruas orna com o enredo 2024 da Imperatriz. A atual campeã do carnaval carioca aposta as fichas na cultura cigana.
Com o mote “Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da cigana Esmeralda”, a Verde e Branco de Ramos vai contar a história de um cordel escrito há mais de 100 anos pelo poeta paraibano Leandro Gomes de Barros.
Para o Leandro carnavalesco, o enredo olha para o que há de mais simples, no sentido popular, “das coisas que estão na cabeça do povo, livre do academicismo e próximo à cultura que emerge das vocações populares brasileiras”.
– Pensamos no mote a partir do recorte do povo do subúrbio, que deseja a sorte – diz ele para, em seguida, explicar melhor. – Sabe quem lê o horóscopo do dia? Quem pensa que um sonho pode ser indício de que as coisas vão melhorar? Essa coisa de jogar para o universo os nossos desejos, festejar o sol como se esses elementos da natureza fossem capazes de mudar as nossas vidas… É um olhar para o país desse povo brasileiro que bota fé nas coisas.
E quem não bota fé que o chapéu de pirata tem poder?
Data estelar: Vênus e Saturno em conjunção.
Data estelar: Sol e Plutão em quadratura
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