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Mesmo na cadeia, ela foi alvo de operação que mirou finanças da quadrilha
Apontada pela Justiça do Tocantins como elo entre traficantes do estado e os chefões do Primeiro Comando da Capital (PCC), Lúcia Gabriela Rodrigues Bandeira, conhecida como Dama do Crime, foi um dos alvos de uma ação deflagrada ontem pela polícia. Ela já estava na cadeia desde dezembro, quando havia sido capturada sob acusação de comandar negócios da facção pauliar no estado da Região Norte, e teve nova ordem de prisão cumprida ontem.
Iniciada há um ano, a investigação descobriu que essa célula do PCC movimentou R$ 20 milhões desde o início de 2023. O grupo é acusado de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e uso de armas trazidas da Turquia para cometer assassinatos em Palmas. O armamento também teria sido enviado a outros estados, como Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte, para alimentar a guerra entre facções.
Batizada de Asfixia, a operação teve o objetivo de enfraquecer os ganhos financeiros da organização. Quinze pessoas foram presas: dez em quatro cidades do Tocantins e cinco nos municípios de Praia Grande e Barueri, em São Paulo. Foram apreendidos aparelhos celulares, máquinas de cartões, cartões bancários, cadernos com anotações do tráfico e mais de R$ 16 mil em dinheiro. Houve o o bloqueio de 20 contas bancárias.
— Ao bloquear as contas dos principais laranjas, vamos interromper o fluxo financeiro decorrente da lavagem de dinheiro oriunda do tráfico de drogas dessa célula que é vinculada a uma facção paulista com atuação em vários estado — disse o delegado Alexander Costa, da Divisão Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc- Palmas).
As investigações apontaram que diversas pistolas de origem turca apreendidas em Palmas, trazidas pela organização, foram usadas em homicídios registrados na capital de Tocantins no primeiro semestre de 2023.
Lúcia já havia sido presa com mais de R$ 300 mil em drogas em julho do ano passado, mas conseguiu o direito de responder em liberdade alegando ser a única responsável por cuidar do filho de 4 anos. Após ser solta, ela teria debochado da situação nas redes sociais, segundo a polícia. Mas acabou presa novamente em dezembro, com mais 11 pessoas, acusada de gerenciar a distribuição de drogas e controlar os pagamentos da quadrilha.
Segundo decisão da 4ª Vara Criminal e da Justiça Militar, que autorizou a operação de ontem, o grupo tinha uma estrutura semelhante a uma empresa. Os agentes identificaram os setores de direção, gerência, transporte, financeiro e comercial.
A Justiça autorizou a quebra de sigilo dos celulares dos investigados. Lúcia aparece em diversas trocas de mensagens com os suspeitos utilizando os codinomes “Dama” e “Larissa”. Ela seria responsável por coordenar os setores gerencial e financeiro.
A polícia encontrou grupos de mensagens dos quais a Dama participava. Entre eles o “Lojistas Tocantins”, onde Lúcia cobrava relatórios diários das vendas das “lojas” espalhadas pelo estado e marcava auditorias entre os participantes. “Lojistas” corresponde a um consórcio de traficantes do Tocantins, que adquirirem drogas de forma coletiva diretamente dos líderes da organização, que possuem vínculos diretos com o PCC em São Paulo.
A decisão da Justiça mostra que, pelo grupo de mensagens, Lúcia organizava a logística de distribuição das drogas e dava ordens para organizar ataques e eliminar membros de uma facção rival que estariam “embaçando a quebrada”. No dia 7 de maio, por exemplo, ela promoveu uma auditoria com membros do grupo e informou sobre pendências financeiras.
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