
Clubes podem barrar entrada de pessoas com comida e bebida
A nova lei, de autoria do deputado Iolando (MDB), altera norma de 2017
Escolhido para comandar a Comissão de Educação da Câmara, influenciador já brigou com Felipe Neto, André Janones, e teve conta bloqueada por espalhar fake news sobre as urnas
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), de 27 anos, foi escolhido nesta quarta-feira como presidente da Comissão de Educação da Câmara. A eleição dele para o posto passou por um acordo entre líderes partidários, que foi avalizado pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e marcou uma grande derrota simbólica para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Antes vereador por Belo Horizonte e apoiador entusiasta do presidente Jair Bolsonaro, ele foi o deputado federal mais votado do país, alcançando 1.484.428 votos com 98,88% das urnas apuradas. O segundo deputado federal mais votado, Guilherme Boulos (PSOL-SP), teve 1.001.093..
As redes sociais são a principal ferramenta de divulgação do bolsonarista mineiro. Ele ganhou notoriedade ao gravar um vídeo no qual é impedido de visitar o Cristo Redentor por não apresentar comprovante de vacinação contra a Covid-19. Descreve-se como “cristão, conservador e defensor da família”, e coordena o movimento Direita Minas, também divulgado nas redes sociais,
Uma das polêmicas que envolveram Nikolas envolveu a gravação de uma menina de 14 anos dentro do banheiro feminino de uma escola particular. Ferreira usou o registro para criticar a instituição por deixar que uma aluna transgênero utilizasse o espaço. A postagem foi apontada como transfóbica e uma violação do artigo 17 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) por expor a jovem nas redes, e fez com que o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) instaurasse um inquérito.
Criado na favela Cabana do Pai Tomás, um dos lugares mais violentos de Belo Horizonte, ele é bacharel em Direito pela PUC-Minas, e já comentou nas redes sociais que se sentia “hostilizado” na faculdade por conta de seus posicionamentos políticos contra a esquerda, o feminismo e a “ideologia de gênero”. Nikolas já afirmou que “estudantes das comunidades pobres são, em grande maioria, vítimas da doutrinação ideológica”.
Nikolas também abarca toda a pauta conservadora defendida pelo ex-presidente. Ele popularizou-se por suas críticas às medidas de combate à pandemia nos últimos dois anos, e é ferrenho defensor do porte de armas. Em termos econômicos, defende bandeiras liberais de desregulação do mercado.
O nome de Nikolas também repercutiu quando acompanhou Bolosnaro no debate presidencial da Band, onde se envolveu em uma discussão com o deputado federal André janones (Avante – MG), apoiador do ex-presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Em cenas filmadas, Nikolas aparece fazendo gestos para provocar Janones; o aliado de Lula, que ficou em segundo lugar em Minas Gerais com 236.053 votos, por sua vez, o teria chamado de “mascote da milícia”. As desavenças levaram a organização do evento a separar as campanhas por meio de um cordão de segurança.
O parlamentar foi atacado nas redes sociais pouco tempo depois das eleições ao dizer que Jesus Cristo não tinha como propósito combater desigualdades. A declaração foi feita durante um debate contra Guilherme Boulos (PSOL), segundo deputado mais votado do país. Segundo Ferreira, Jesus “veio pagar um preço que ninguém poderia pagar”, e não acabar com a pobreza.
Nikolas Ferreiras foi um dos congressistas do PL que teve as contas nas redes sociais suspensas por reforçar as invasões às sedes dos Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro, seja incitando os atos ou disseminando, nos dias seguintes, desinformação e teorias da conspiração para relativizar os crimes. Em novembro, o STF já havia determinado a suspensão dos perfis dele no Facebook, Instagram e Twitter devido a ataques ao processo eleitoral.
Em fevereiro, o deputado compartilhou uma foto da influenciadora Thais Carla vestida de Globeleza nas redes com o comentário: “Tiraram a beleza e ficou só o Globo”. A defesa de Thais entrou na Justiça com pedido de indenização por danos morais e uso indevido de imagem. A influenciadora afirma que esse tipo de ação é importante para combater a gordofobia.
“Fiz uma declaração aqui sobre essa modelo e vim aqui para pedir desculpa. Pedir desculpa, porque a gente fala, a gente erra, e onde já se viu, né? Onde eu tava com a cabeça de dar a minha opinião. De chamar uma gorda de gorda”, disse, acrescentando: “Eu deveria ter tratado a obesidade como romance, como empoderamento, e não como doença” (…) “Onde já se viu, no século 21 ter opinião própria, né?”, disse na gravação.
Nikolas Ferreira poderá responder por injúria racial contra a também parlamentar Duda Salabert (PDT -MG). O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) acatou um pedido do Ministério Público sobre o caso e determinou que a 5ª Vara Criminal de Belo Horizonte analise a queixa-crime da deputada de 2020. À época, o deputado usou um pronome masculino para se referir à Duda, que é uma mulher transexual.
“Ele é homem. É isso o que está na certidão dele, independentemente do que ele acha que é”, disse Nikolas sobre Duda em uma entrevista, logo após a eleição para vereador. Durante os dois anos que Nikolas e Duda dividiram a tribuna da Câmara dos Vereadores de BH, os embates foram constantes.
A nova lei, de autoria do deputado Iolando (MDB), altera norma de 2017
O texto segue para análise do Plenário do Senado
Para virar lei, proposta precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal
Aprovado com mudanças, o texto voltará para a Câmara dos Deputados