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Medicamento é utilizado na prevenção do vírus sincicial respiratório, principal causador da bronquiolite

“O palivizumabe é um medicamento muito caro. Se o SUS não oferecesse, acho que muitos bebês não teriam a chance de tomar. Sou muito grata”, conta a servidora pública Nathália Caldas, mãe de Catarina | Foto: Arquivo pessoal
Com a chegada do período de sazonalidade das doenças respiratórias infantis no Centro-Oeste – entre fevereiro e julho –, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) deu início à aplicação do palivizumabe. O medicamento é um anticorpo de alto custo utilizado na prevenção do vírus sincicial respiratório (VSR), principal causador da bronquiolite e de outras infecções graves do trato respiratório em bebês e crianças pequenas.
Pais e responsáveis devem estar atentos aos sinais do VSR, que pode causar sintomas como coriza, tosse e febre baixa, evoluindo para complicações respiratórias graves. Medidas preventivas incluem evitar locais fechados e aglomerações, manter a higiene das mãos e observar sinais de desconforto respiratório nos bebês. Para crianças com maior risco de desenvolver quadros severos da doença, o palivizumabe se torna uma medida essencial de proteção.
O medicamento é indicado para crianças menores de 2 anos com alto risco de desenvolver a doença, especialmente aquelas com cardiopatia congênita ou adquirida em tratamento, ou com displasia broncopulmonar. Além disso, crianças com até 1 ano que nasceram com idade gestacional de até 28 semanas e seis dias também são elegíveis para receber o palivizumabe.
A SES-DF adotou ainda um critério adicional: a aplicação em bebês prematuros menores de 6 meses, com idade gestacional entre 29 semanas e 31 semanas e seis dias. “A expectativa é beneficiar pelo menos 715 crianças menores de 2 anos”, informa a servidora da Gerência de Assistência Farmacêutica Especializada (Gafae), Giovana Garófalo.
Catarina é uma dessas crianças. Ela nasceu prematura extrema, com 28 semanas e pesando 970 gramas. Quando estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em 2024, no meio da sazonalidade, precisou tomar duas doses do anticorpo.

O fornecimento do palivizumabe será realizado somente entre fevereiro e julho de 2025 – período de sazonalidade -, sem possibilidade de prorrogação | Foto: Divulgação/Agência Saúde-DF
“O palivizumabe é um medicamento muito caro. Se o Sistema Único de Saúde [SUS] não o oferecesse, acho que muitos bebês não teriam a chance de tomar”, opina a mãe de Catarina, a servidora pública Nathália Caldas. “Sou grata por termos essa oportunidade. Fico com o coração apertado ao vê-la chorar com a picada da agulha, mas me concentro no fato de que é melhor uma picadinha do que uma doença como a bronquiolite”, revela.
O fornecimento do palivizumabe será realizado somente entre fevereiro e julho de 2025, sem possibilidade de prorrogação, independentemente da idade do paciente, conforme estabelecido na Nota Técnica da SES-DF.
A administração do medicamento segue diretrizes do Ministério da Saúde e integra o Plano de Enfrentamento para Doenças Respiratórias da Infância no DF, que inclui uma série de ações voltadas ao manejo dessas enfermidades.
Para que a criança fique realmente protegida no período de sazonalidade, é preciso seguir o cronograma de doses indicado.
O pediatra e referência técnica distrital (RTD) da SES-DF, Fabrício da Paz, explica que o total de aplicações vai depender do mês de início do tratamento. “Geralmente, administramos cinco doses ao longo da sazonalidade, com intervalos de 30 dias entre elas. É importante que a população saiba que apenas uma dose não oferece proteção adequada”, alerta.
Vale ressaltar que o palivizumabe não é uma vacina, mas um anticorpo monoclonal (proteínas produzidas em laboratório que ajudam o sistema imunológico a combater doenças). Seu uso impede a adesão do VSR ao trato respiratório da criança – público mais vulnerável –, reduzindo a chance de infecção grave.
Ainda no primeiro ano de vida, aproximadamente 50% dos bebês são infectados pelo VSR. Ao considerar crianças até 2 anos de idade, esse índice ultrapassa os 90%.
As taxas de hospitalização são superiores em prematuros e em crianças com malformações cardíacas. Aquelas com doença pulmonar crônica da prematuridade (DPCP) apresentam maior risco de desenvolver infecções graves.
O VSR causa sintomas semelhantes aos de outros vírus respiratórios, como coriza, tosse e febre baixa. A diferença, explica o RTD, é que o vírus sincicial adere a partes das vias respiratórias, dificultando a expectoração. Isso provoca obstrução e inflamação nas vias aéreas e nos bronquíolos, causando bronquiolite.
Entre os sinais de alerta estão desconforto respiratório, prostração e dificuldades na amamentação e alimentação. Nesses casos, é recomendado procurar atendimento em uma das unidades da SES-DF.
*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)

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