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Setembro Amarelo: um alerta contra o suicídio

13 de setembro, 2024

Ana Carolina Ermisdorff, Psicóloga e docente universitária da Estácio Fapan

Setembro Amarelo: um alerta contra o suicídio

Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, realizada todos os anos no Brasil durante o mês de setembro. Iniciada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a campanha tem como objetivo abrir diálogo sobre saúde mental e desmistificar o tabu em torno do suicídio. A cor amarela foi escolhida como símbolo da campanha, representando luz e vida, e diversas ações são promovidas em todo o país, envolvendo empresas, poder público e sociedade civil.

O suicídio é uma questão de saúde pública alarmante no Brasil. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, o país registrou 16.025 casos de suicídio em 2023, o que equivale a uma média de 44 autoquírias (suicídio) por dia. Os dados do mesmo estudo referentes a 2022 trazem um número ainda maior, com 16.230 casos. Isso mostra a importância de campanhas de prevenção e conscientização. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 78% dos casos de autoextermínio em 2019 tiveram homens como vítimas. Já as mulheres somam 22%.

A campanha Setembro Amarelo busca, portanto, reduzir esses índices alarmantes, promovendo a importância de falar sobre sentimentos, buscar ajuda psicológica e apoiar quem está enfrentando momentos difíceis. Além disso, a campanha visa incentivar políticas públicas voltadas para a saúde mental, integrando a sociedade na construção de um ambiente onde as pessoas se sintam seguras para compartilhar suas dores e buscar ajuda sem preconceito. Com a participação ativa de comunidades, escolas, empresas e governos, o Setembro Amarelo se torna um movimento crucial para salvar vidas e promover o bem-estar emocional.

Origem

A ideia de criar o Setembro Amarelo no Brasil foi inspirada no movimento internacional Yellow Ribbon, iniciado nos Estados Unidos na década de 1990, após a trágica perda de um jovem de 17 anos, Mike Emme, que tirou a própria vida. Seus amigos e familiares começaram a distribuir fitas amarelas junto com mensagens de apoio para quem estivesse passando por dificuldades emocionais, o que rapidamente se tornou um símbolo de conscientização.

Para a docente do curso de psicologia da Estácio Fapan, Ana Carolina Ermisdorff, uma das formas de prevenir o suicídio é estar atento a quem está próximo, dentro do círculo de convivência. “Algumas mudanças de comportamento devem ser observadas, como o autoisolamento, sinais de autolesão, queda no desempenho escolar, mudanças de peso, perda de interesse por coisas que antes gostava, enfim é importante observar se há algo de errado”, enumera.

Outra orientação é estar sempre aberto a ouvir, sem julgamentos nem comparações. Por fim, é importante garantir que quem está em sofrimento mental seja acompanhado por um profissional capacitado.

O Centro de Valorização à Vida (CVV) é 188 e funciona 24 horas por dia, com atendimento capacitado para ouvir quem passa por ideações suicidas. “O suicídio é um tabu, mas pode ser evitado e, com a ajuda necessária, essas pessoas podem levar uma vida mais tranquila”.

Ana Carolina Ermisdorff, Psicóloga e docente universitária da Estácio Fapan