ESPORTES

Skate Park da Octogonal: dois anos de incentivo ao esporte e lazer na região

23 de julho, 2025 | Por: Agência Brasília

Equipamento, que foi reconstruído com investimento de R$ 712,8 mil, contribui para a formação de atletas e até para a girar a economia ligada à modalidade

 Atleta Renato de Moura | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

O skate está em alta, tanto no Brasil — que coleciona títulos com atletas de ponta — quanto no mundo — que incluiu a modalidade no programa olímpico nos Jogos de Tóquio em 2020. E no Distrito Federal não seria diferente. Há dois anos, a unidade da Federação ganhou sua primeira pista profissional pública, na Octogonal, o que tem contribuído para a formação de novos talentos e para o lazer de moradores de todas as regiões.

“Essa é uma pista que é modelo para o Distrito Federal. Você tem não só moradores do Sudoeste, Octogonal e Cruzeiro, mas também tem atletas que vêm da Ceilândia, do Gama, de Planaltina usufruir, porque é uma pista que dá condições para você competir nacionalmente e internacionalmente”, destaca o administrador regional do Sudoeste e Octogonal, Reginaldo Sardinha.

Localizada na Área Especial 3/8 da Octogonal, a construção ocupou o lugar de uma antiga pista da região e foi executada pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Com investimento de R$ 712,8 mil, o projeto atende a todas as exigências da federação do esporte, colocando Brasília no circuito de provas importantes.

O espaço tinha antes 1,2 mil m² e era conhecido como Sukata. Após a reconstrução, passou a ter extensão total de 1.648 m², com duas pistas. O projeto foi assinado pelo arquiteto e skatista Márcio Comas, que usou diversas pistas espalhadas pelo mundo como referência para o trabalho.

“O apelido da pista era Sukata, então era um local bem complicado de andar, cheio de buracos, rachaduras… Com essa pista aqui, a gente consegue evoluir muito mais”, exalta o atleta e estudante Renato de Moura, 17 anos, conhecido no mundo do skate como Renatinho. “Os skatistas que antigamente representavam Brasília não tinham esse equipamento para treinar. Hoje, essa pista dá condições para os atletas de Brasília representarem o DF no mesmo nível [de outros estados], de igual para igual”, emenda o pai, Mauro de Moura, que mora com o filho no Cruzeiro e viu toda a evolução do espaço.

Entre os que vão de outras regiões para aproveitar o Skate Park está Gustavo Tsuyoshi Karino, morador de Taguatinga, que até aprendeu uma nova categoria em razão da pista. “Comecei a frequentar aqui depois da reforma. Antes, eu andava mais lá por Taguatinga, Águas Claras, que era mais perto. Aqui tinha a fama de Sukata, uma pista que tinha muita rachadura, muito buraco, e nunca animei de vir pra cá, até porque moro meio longe. Aí depois da reforma eu vi as fotos, vi que estava da hora, não sabia andar em bowl, colei para cá para aprender um estilo novo”, conta o estudante.

Morador de Taguatinga, Gustavo Tsuyoshi Karino costuma treinar na pista da Octogonal

Mais do que estimular e dar condições aos atletas, o Skate Park acaba por contribuir até com a economia local. Que o diga o skatista e empresário Walter Junior, que está nesse ramo há 28 anos: “Quando começou a construção, todo mundo ficou meio desconfiado, como é que seria, e realmente foi maravilhoso. Hoje, essa pista já vem atraindo novos skatistas, a gente sente que há na cidade uma cultura diferente, porque aqui é bowl park e, normalmente, a gente conhece o skate street, que é o skate de rua, aquela coisa de pular calçada. Então essa pista, nossa primeira de Brasília nessa pegada, atraiu novos skatistas. A gente hoje tem o Renatinho, que é uma das referências da cidade, e já estamos atraindo skatistas de outros estados para poder vir para cá. Com isso, a gente pode entrar no calendário oficial de uma etapa brasileira, por exemplo”.

Walter Junior diz que hoje a pista está em ótimas condições: “Já estamos atraindo skatistas de outros estados para poder vir para cá”

No início deste mês, a capital federal já recebeu, pela primeira vez, uma etapa oficial da Street League Skateboarding (SLS), a maior liga de skate street do mundo. Com o apoio e fomento de R$ 2,5 milhões do Governo do Distrito Federal (GDF), o evento ocupou a Esplanada dos Ministérios, com presença de grandes nomes do esporte, como a medalhista olímpica Rayssa Leal e a prata da casa Felipe Gustavo, nascido e criado no Guará.

E é nesse patamar que Renatinho quer chegar, claro, com a ajuda do Skate Park da Octogonal. Enquanto participa de diversos campeonatos pelo Brasil, como a Liga Amadora de Bowl (LAB), ele mira o lugar mais alto do pódio: “Planejo me profissionalizar, competir fora do Brasil e ser campeão olímpico”.

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