ECONOMIA

Sob pressão no IBGE, Pochmann nega perseguição a servidores: ‘Não há questionamento ao trabalho, mas nosso papel é apurar’

30 de janeiro, 2025 | Por: Agência O Globo

Os servidores protestaram em frente à sede do instituto no Rio de Janeiro, contra o que chamam de “medidas autoritárias”

Sob pressão no cargo, o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Márcio Pochmann, negou nesta quarta-feira que haja perseguição aos servidores depois da abertura de apurações internas em razão das suspeitas de que haja funcionários do instituto fazendo trabalhos privados de consultoria.

Presidente do IBGE, Marcio Pochmann. Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil/Arquivo

— Essas denúncias chegaram a nós e o nosso papel foi solicitar apuração dentro dos instrumentos internos que o IBGE possui, mas também em parceria com o MP. O nosso papel é apurar, não há nada, nenhum questionamento ao trabalho dos nossos servidores, pelo contrário, mas chegando em mim denúncias o que eu tenho que fazer como responsável é mandar apurar. O resultado vamos ver quando as instituições responsáveis por isso nos derem as informações.

A crise que vem se agravando culminou nesta quarta-feira em mais um protesto organizado pelo sindicato nacional do instituto (ASSIBGE).

Os servidores se concentraram às 10h na Avenida Franklin Roosevelt, em frente à sede do instituto no Rio de Janeiro, em reivindicação contra a criação da fundação de direito privado IBGE+ e contra o que chamam de “medidas autoritárias” da gestão do atual presidente Marcio Pochmann, que nega crise.

Bruno Perez, diretor da Assibge, explica que a crise teve início em setembro, quando o sindicato descobriu a criação da “sigilosa” fundação, que, de acordo com ele, já existia desde julho, mas só foi descoberta pelos servidores dois meses depois.

— Desde setembro, a gente tem se oposto à criação dessa fundação, que traz vários riscos para o IBGE. É um tipo de privatização, traz um risco à qualidade dos dados, à autonomia técnica. E desde que a gente começou a se opor, passamos a sofrer medidas antissindicais, por parte do presidente Marcio Pochmann, como criminalização de greves, ataque, utilização da comunicação institucional para atacar o sindicato com inverdades, com desinformação.

O protesto conta com servidores de cargos de chefia como gerentes e coordenadores, e até com aposentados que concordam com as reinvindicações. Os funcionários pedem sobretudo diálogo com a presidência.


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