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Relatório aponta ainda para o surgimento de novos milionários do setor: quase 1.500 artistas geraram mais de US$ 1 milhão em royalties
Ao dissecar esta terça-feira (11), por conferência virtual, o relatório Loud & Clear relativo ao ano de 2024 (a ser divulgado na quarta), o chefe de parcerias entre artistas e indústria do Spotify Internacional, Bryan M Johnson, rebateu com um pacote de números expressivos e de boas notícias as críticas recorrentes de que a maior plataforma de streaming do mundo paga mal os artistas.
— Primeiro, é importante saber que o Spotify não paga artistas ou compositores diretamente. Então pagamos aos detentores de direitos, que geralmente são gravadoras, editoras musicais e sociedades de arrecadação — explicou. — Cerca de dois terços de toda a nossa receita com música vão diretamente para os detentores dos direitos de gravação e publicação. E, assim que o dinheiro é pago pelo Spotify, não conseguimos ver para onde ele vai.
A primeira boa notícia foi a de que a plataforma bateu, em 2024, um recorde de distribuição de dinheiro: com um total de US$ 10 bilhões, foi o maior pagamento da história da indústria musical, 10 vezes maior do que o feito por ela em 2014. Junto com isso, vieram os novos milionários da música: em 2024, quase 1.500 artistas geraram mais de US$ 1 milhão em royalties somente do Spotify — e estima-se que mais de US$ 4 milhões em todas as fontes de receita registradas.
Dentre esses novos milionários, aponta o relatório, 80% não tiveram uma música que chegou ao Spotify Global Daily Top 50 em 2024 — o que significa que, mesmo sem chegar ao topo global, músicos independentes, artistas menos populares e gêneros de nicho puderam prosperar na nova economia de streaming. A chave para a bonança, segundo o estudo, é manter uma boa base de fãs.
— Com artistas e gravadoras independentes, o Spotify gerou mais de US$ 5 bilhões em royalties em 2024. Isso é metade dos royalties totais do Spotify. Brasil, Índia, Coreia do Sul, Indonésia e Egito mostraram desempenhos particularmente fortes no setor independente em seus mercados em 2024 — disse Bryan M Johnson.
De qualquer forma, segundo o estudo, os artistas de hoje são mais globais do que nunca e a música está cada vez mais sem fronteiras. Dos que geraram mais de US$ 1 mil em royalties no Spotify em 2024, mais da metade viu a maior parte de seus royalties vir de ouvintes fora de seus países de origem. E mais de 80% de todos que geram mais de US$ 100 mil colaboraram com pelo menos um artista do exterior.
Além disso, em 2024, os artistas que geraram pelo menos US$ 1 milhão no Spotify gravaram músicas em 17 idiomas diferentes — mais que o dobro do que em 2017. Os artistas que geraram pelo menos US$ 100 mil em royalties gravaram músicas em mais de 50 idiomas — também mais que o dobro do número de idiomas nesse limite em 2017. E outro recorde do Spotify foi no de pagamento aos compositores: foram quase US$ 4,5 bilhões aos detentores de direitos de publicação — que representam compositores — nos últimos dois anos.
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