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Tem ambulância no trânsito? Seja cidadão e ajude a salvar vidas

15 de maio, 2025 | Por: Humberto Leite-Agência Saúde-DF

Condutores do Samu 192 contam com apoio da população para reduzir tempo de atendimento aos pacientes; saiba como agir sem levar multas

O condutor Rodrigo Amaral destaca que os motoristas que auxiliam o trabalho do Samu também são responsáveis por salvar vidas. Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF

Um ou dois minutos podem não fazer tanta diferença no dia a dia, porém, para quem está em situação grave, podem significar a chance de sobrevivência ou de redução de sequelas. Afinal, o atendimento rápido é prioritário nestas ocasiões. É por esse motivo que os condutores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Distrito Federal (Samu 192) contam com o apoio de todos os motoristas para cumprirem uma missão nobre: salvar vidas. 

Fique atento!

Diariamente, porém, os condutores do Samu encontram uma realidade diferente. “Nós vemos muitos condutores desatentos com os celulares, sem prestar atenção no que está ocorrendo em volta”, revela o condutor Caetano Mateus de Moura. 

Há quem não perceba a aproximação da ambulância, quem simplesmente não dá passagem e os que até mudam para a faixa da direita, mas aceleram e impedem que outras motoristas também possam sair da via. “As pessoas têm que ter um pouco mais de atenção e olhar ao redor”, acrescenta Rodrigo Amaral.

“Indiretamente, os motoristas que dão passagem aos veículos de urgência estão ajudando a salvar muitas vidas. É ter atenção e compaixão com a pessoa que está em atendimento. Esse mérito também é do motorista que abre caminho”, afirma o condutor Rodrigo Amaral, lotado na sede do Samu em Ceilândia. Segundo ele, a grande dica é se manter atento ao trânsito e, assim que visualizar um veículo de emergência, já abrir espaço para a passagem.

Condutores do Samu do DF também atuam no atendimento a pacientes. A rapidez é considerada como determinante para a saúde de quem precisa do serviço. Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF

Da base localizada em Ceilândia Norte, eles conseguem chegar a qualquer local na Região Administrativa (RA) em dez a onze minutos. Se o deslocamento for maior, como, por exemplo, até o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), o tempo normalmente é de 23 minutos, em horário de pico. “Cada segundo conta. O paciente que está em parada cardiorrespiratória, por exemplo, a cada minuto ele perde chance de ter uma sobrevida melhor”, completa Caetano Mateus. 

Com cursos específicos para conduzir ambulâncias, os motoristas avaliam o momento de ultrapassar o semáforo vermelho, utilizar a contramão ou até passar sobre obstáculos. “A todo tempo nós trabalhamos com segurança, pensando não só na nossa equipe, mas também no paciente e em todos os veículos”, explica. 
 

Acostumado a cruzar as vias do DF para garantir o atendimento rápido, o condutor Caetano Mateus de Moura diz ser fundamental que os demais motoristas saibam como agir ao avistarem uma ambulância. Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF

Vou levar uma multa?

O gerente da Escola Pública de Trânsito, do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), Marcelo Granja, lembra que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) dá prioridade para veículos em serviço de urgência. “Deixar de dar passagem a ambulância – quando em serviço de urgência e emergência e devidamente identificada – é uma infração gravíssima, sujeita a multa e pontos na carteira de motorista, conforme artigo 189 do CTB”, afirma. 

De acordo com o órgão de trânsito, a orientação para os motoristas é de deslocar o veículo para a direita da via, mesmo que para isso precise ultrapassar a faixa contínua ou o acostamento. É importante que essa manobra não comprometa a segurança de outros usuários da pista. Também é indicado reduzir a velocidade do veículo para facilitar a manobra da ambulância e, se necessário, parar o veículo em segurança, aguardando a passagem completa da ambulância.

Marcelo Granja explica que, em caso de passar um sinal vermelho ou avançar sobre faixa de pedestres para dar passagem à ambulância, a multa não será aplicada, caso se configure como a única maneira segura e imediata de liberar a via.

“Em caso de autuação é fundamental que você recorra da multa, explicando a situação e, se possível, fornecendo evidências (como testemunhas ou imagens, caso as tenha). A justificativa de estar facilitando a passagem de uma ambulância em emergência deve ser considerada pelas autoridades de trânsito”, detalha. 

Quando chamar o Samu?

O Samu do Distrito Federal conta, atualmente, com 23 bases descentralizadas, 31 ambulâncias de suporte básico, oito de suporte avançado e dez duplas de motolâncias, além do serviço aeromédico. A equipe padrão para os atendimentos é composta por um condutor e dois técnicos de enfermagem, sendo que as unidades avançadas levam ainda um médico e um enfermeiro. Os condutores também participam dos atendimentos, sendo capacitados, por exemplo, para realizarem a reanimação cardiopulmonar. 

Condutores do Samu 192 são qualificados para reduzir o tempo de atendimento, mas empatia dos motoristas é determinante para garantir o atendimento rápido. Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF

O serviço funciona 24h e realiza o atendimento de urgência e emergência em qualquer lugar, como residências, locais de trabalho e vias públicas, havendo o acionamento por meio do telefone 192. Uma equipe é responsável por receber as chamadas e classificar conforme a necessidade de ordem de urgência.

É indicado chamar o Samu para situações em que há necessidade de atuação especializada de profissionais de saúde, como problemas cardiorrespiratórios, intoxicações ou queimaduras graves, maus-tratos, trabalhos de parto onde haja risco de morte da mãe ou do feto, tentativas de suicídio, crises hipertensivas, acidentes/trauma com vítimas, afogamentos, choque elétrico e acidentes com produtos perigosos. O Samu também deve ser acionado para transferências entre unidades hospitalares de pacientes com risco de morte.

Arte: Agência Saúde-DF

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