
WhatsApp: aplicativo deixará de funcionar em alguns celulares a partir de domingo
Novas versões não são compatíveis com dispositivos que têm sistemas operacionais lançados há cerca de 10 anos
Caso é investigado pela Polícia Civil; suspeita é que Sarah de Castro tenha inalado aerossol estimulada pelo TikTok
A Polícia Civil do Distrito Federal abriu inquérito para investigar a morte da menina Sarah Raíssa Pereira de Castro, de 8 anos, no domingo, em um caso que chamou a atenção para o perigo dos desafios online virais para crianças e adolescentes. Raíssa estava internada desde quinta-feira no Hospital Regional de Ceilândia e teria participado de um deles.
A menina foi encontrada em sua casa desmaiada com um frasco de aerossol na mão. A suspeita da polícia é que ela tenha inalado o produto estimulada pelo “desafio do desodorante”, um dos que são disseminados no TikTok (leia os principais e os riscos que trazem no box ao lado). Raíssa chegou a ser reanimada, mas sem apresentar reflexos neurológicos, teve a morte cerebral declarada.
A 15ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal vai tentar descobrir como Sarah teve acesso ao desafio e identificar os responsáveis por sua publicação. Eles poderão responder por homicídio duplamente qualificado (por emprego de meio capaz de causar perigo comum e por se tratar de vítima menor de 14 anos), crime que pode ser punido com até 30 anos de reclusão.
Há um mês, o “desafio do desodorante” vitimou Brenda Sophia Melo de Santana, de 11 anos, em Bom Jardim, no Agreste de Pernambuco. De acordo com a família, Brenda já havia sido advertida dos riscos, mas insistiu em inalar um desodorante.
A substância dos aerossóis, ao ser levada aos pulmões, cai na corrente sanguínea e chega ao coração, podendo causar arritmia e depois a morte. Um risco adicional é o teor de etanol em qualquer desodorante, até 90% maior do que o álcool em bebidas como o uísque ou o absinto.
Segundo o Instituto DimiCuida, que trabalha na prevenção de brincadeiras perigosas no mundo digital, de 2014 a 2025, ao menos 56 crianças e adolescentes com idades entre 7 e 18 anos morreram no Brasil por causa dessas práticas. Desde 2019, a Organização Mundial da Saúde classifica os “jogos perigosos” como um distúrbio comportamental. Segundo a OMS, esses desafios têm um padrão de jogatina online ou offline que aumenta o risco de prejuízos à saúde mental ou física. Procurado, o TikTok não se pronunciou sobre o problema até o fechamento desta edição.
A psicóloga Luciana Nunes, diretora do Instituto Psicoinfo, que pesquisa comportamento no mundo digital, explica que crianças e adolescentes geralmente entram nas trends em busca de pertencimento.
— Há um impulso e falta de senso crítico, especialmente na primeira infância. Esses desafios são gamificados, exige-se que sejam filmados e geram engajamento — alerta Nunes.
Em entrevista à GloboNews, a secretária de Direitos Digitais do Ministério da Justiça, Lilian Melo, defendeu a criação de um espaço de denúncia de crimes como este e disse que a pasta planeja desenvolver um aplicativo para restringir o acesso de crianças a conteúdos inadequados na internet.
— A nossa visão é ir além de uma verificação etária em autodeclaração, que aparece uma janela com a pergunta “você tem 18 anos?” Se uma criança de 12 anos diz “tenho”, ninguém faz mais nada, é muito insuficiente — afirmou.
O Ministério da Justiça já compartilha um guia sobre como proteger crianças no TikTok. O app possui um sistema de pareamento familiar que permite que responsáveis monitorem o perfil dos adolescentes. Mas o supervisionado precisa ter entre 13 e 17 anos.
Para ativar o sistema, basta ir na aba “configurações e privacidade” e selecionar a opção “pareamento familiar”. É possível também definir o tempo de tela na rede social. Com isso, usuários de 13 a 15 anos não têm permissão de enviar ou receber mensagens diretas.
Novas versões não são compatíveis com dispositivos que têm sistemas operacionais lançados há cerca de 10 anos
Fenômeno marca chegada de frente fria que reduzirá temperaturas nas principais capitais e provocará tempestades no Sul
Operação Sisamnes afastou o juiz Ivan Lúcio Amarante
Reconhecimento sanitário é da Organização Mundial de Saúde Animal