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Ucrânia diz ter provas de que Rússia destruiu barragem de Kakhovka

9 de junho, 2023

Russos são acusados de sabotagem O serviço de segurança interna da Ucrânia afirma ter intercetado um telefonema que prova que um “grupo de sabotagem” russo […]

Ucrânia diz ter provas de que Rússia destruiu barragem de Kakhovka
Imagem de Yevhen Paramonov por Pixabay

Russos são acusados de sabotagem

O serviço de segurança interna da Ucrânia afirma ter intercetado um telefonema que prova que um “grupo de sabotagem” russo destruiu a barragem de Kakhovka, no sul da Ucrânia.

Destruição da represa: ninguém assume a ação; Ucrânia e Rússia põem a culpa  uma contra a outra | Mundo | G1

Foto: Reprodução/TV Globo

Os ucranianos colocaram o áudio da alegada conversa, de um minuto e meio, no Telegram. Na conversa estão dois homens, a falar russo, sobre as consequências do desastre.
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“Eles [os ucranianos] não atacaram. Esse era o nosso grupo de sabotagem. Eles queriam assustar [as pessoas] com aquela barragem”, disse um dos homens, descrito pela SBU como um soldado russo.
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“Não saiu conforme o planeado e [eles fizeram] mais do que planearam.”
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A Norsar, agência de análise sísmica da Noruega, diz que analisou sinais sísmicos de uma estação regional em Bucovina, na Roménia (620 quilómetros de Nova Kakhovka). Os sinais indicam uma explosão na terça-feira. Segundo a Norsar, o momento e o local coincidem com o colapso da barragem.

Inundações

A destruição da barragem provocou inundações em massa na região, forçando a fuga de milhares de moradores. O Ministério para Situações de Emergência da Rússia revelou que retirou mais de 1.500 pessoas de áreas inundadas na região de Kherson, no leste da Ucrânia.
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O ministério disse que os trabalhos de resgate continuam na área, onde está “um grupo de mais de 190” operacionais com 66 veículos, sendo que os serviços de emergência de outras cidades “foram colocados em alerta”.
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Num comunicado, citado pela agência noticiosa oficial russa TASS, o ministério garantiu que estão a ser criadas equipas para tentar minorar as consequências das inundações.
Nos últimos dias, os ucranianos acusaram o exército russo de atacar as operações que tentam retirar milhares de civis das zonas inundadas na sequência da destruição da barragem.
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De acordo com Kiev, uma pessoa morreu e 18 ficaram feridas, incluindo membros dos serviços de emergência, nos ataques russos ao centro de Kherson e arredores.
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A Ucrânia e os seus aliados, incluindo EUA e União Europeia, condenaram os “ataques” às operações de salvamento em Kherson, apelando à Rússia para que permita o acesso “sem entraves” da ajuda após a destruição da barragem de Kakhovka.
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“Condenamos veementemente o bombardeamento das zonas de evacuação e apelamos às autoridades russas para que cessem esses ataques e permitam que as equipas de evacuação prestem assistência sem entraves às populações afetadas”, declarou à imprensa o embaixador ucraniano na ONU, Sergiy Kyslytsya, ladeado pelos seus homólogos de vários membros do Conselho de Segurança (Estados Unidos, França, Reino Unido, Japão, Malta e Albânia) e dos Estados-membros da União Europeia.
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O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, reuniu-se na quinta-feira à noite, por videoconferência, com a ativista sueca Greta Thunberg e outros ativistas e especialistas em mudanças climáticas para avaliar as consequências da destruição da barragem.

Pressão

Segundo o chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andrey Yermak, Thunberg disse estar “preparada para pressionar as organizações internacionais relevantes” para responderem ao desastre.
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O chefe de Estado ucraniano anunciou a criação de um “grupo de trabalho internacional de alto nível” para “consolidar os esforços do mundo inteiro para responsabilizar a Rússia pelo ecocídio na Ucrânia”.
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Um dos problemas mais agudos é como manter o abastecimento de água potável para várias vilas e cidades que antes dependiam da barragem e do reservatório atrás dela.

Fonte: Agência Brasil