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VARIEDADES

Uma das mais importantes artistas alemãs, Rebecca Horn morre aos 80 anos

9 de setembro, 2024 / Por: Agência O Globo

Artista tinha uma obra plural, que variava entre performances, instalações e filmes, entre outros meios

Uma das mais importantes artistas alemãs, Rebecca Horn morre aos 80 anos
Rebecca Horn / Reprodução: Instagram

Uma das mais importantes artistas alemãs, Rebecca Horn morreu na última sexta-feira (6), aos 80 anos, em Bad König, pequena cidade perto de Frankfurt, onde mantinha uma fundação cultural. A informação foi confirmada pela galeria que representava a artista em Nova York, a Sean Kelly. A causa da morte não foi divulgada.

Com uma obra plural, com destaques para sua produção performática, instalativa e em vídeo, Rebecca tem obras em instituições como do Museu de Arte Moderna (MoMA), o Guggenheim de Nova York e a Tate Modern, em Londres. Participou três vezes da Bienal de Veneza e, em 1972, foi a mais jovem participante da Documenta de Kassel, importante evento de arte alemão.

Nascida em 1944 em Michelstadt, Alemanha, ela desenvolveu, desde jovem, um fascínio por Johann Valentin Andreae, um teólogo alemão que escreveu sobre alquimia durante o século XV. Seus trabalhos, quase inclassificáveis, se mantinham no limite entre o real e a fantasia, utilizando elementos do cotidiano para criar obras ou ambientes que deslocavam o espectador para uma fruição mais ligada ao fantástico.

Ela frequentou a Hochschule für Bildende Künste em Hamburgo entre 1964 e 1970, mas em 1968 teve que interromper os estudos por conta de uma doença pulmonar causada por materiais usados em suas esculturas. Após passar um tempo em um sanatório, onde começou a desenhar e costurar, ela criou uma de suas obras mais famosas, “Unicorn” (1970), na qual uma estranha caminhava por um campo carregando na cabeça um objeto gigante parecido com um chifre.

Após suas performances, que exploravam o equilíbrio entre corpo e espaço, a artista passou a produzir esculturas cinéticas, que incorporavam objetos como violinos, malas, escadas, pianos e leques de penas. No cinema, inspirada pela obra de Luis Buñuel e Pier Paolo Pasolini, dirigiu filmes experimentais como “Die Eintänzer” (1978), “La Ferdinanda: Sonata for a Medici Villa” (1981) e “Buster’s Bedroom” (1990).

Em 2010, a artista alemã sua primeira exposição no Brasil, no CCBB do Rio, com curadoria do brasileiro Marcello Dantas. Para a mostra, ela trouxe instalações como “Concerto dos suspiros”, na qual sons saiam de alto-falantes misturados a entulho, e “O universo em uma pérola”, na qual diversas estruturas, como funis de ouro e espelhos, pendiam da rotunda do centro cultural, de uma altura de 36 metros.

— Comecei fazendo body sculptures (esculturas acopladas ao corpo) e passei a documentar minhas performances com elas. Aos poucos, fui criando filmes mais narrativos, em que já apareciam algumas esculturas. Foi um desenvolvimento muito suave. Antes, eu movia as esculturas; depois, elas começaram a se mover — disse a artista, em entrevista ao Globo durante a montagem da exposição.


BS20240909011059.1 – https://oglobo.globo.com/cultura/noticia/2024/09/08/uma-das-mais-importantes-artistas-alemas-rebecca-horn-morre-aos-80-anos.ghtml