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Unidades sentinelas de síndromes gripais ajudam no acompanhamento das doenças no DF

10 de julho, 2023

Nove locais monitoram atendimentos e pontuam número de casos. O trabalho das unidades serve como um termômetro, indicando os tipos de vírus que estão em […]

Unidades sentinelas de síndromes gripais ajudam no acompanhamento das doenças no DF
Foto Tony Oliveira / Agência Brasília

Nove locais monitoram atendimentos e pontuam número de casos. O trabalho das unidades serve como um termômetro, indicando os tipos de vírus que estão em maior circulação e que podem causar as hospitalizações

Para o controle e acompanhamento da Síndrome Gripal (SG), a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) conta com nove unidades sentinelas. A vigilância é realizada em serviços de saúde com demanda espontânea e tem como principal objetivo o controle da circulação dos vírus respiratórios causadores da síndrome gripal. As unidades monitoram indivíduos que apresentam febre, acompanhada de tosse ou dor de garganta.

Os locais devem informar, semanalmente, por meio do preenchimento de formulário específico, a proporção de atendimentos de casos por SG, em relação ao total de casos atendidos na unidade de saúde durante a semana epidemiológica. A análise desse indicador possibilita monitorar oportunamente o aumento no número dos atendimentos por síndrome gripal em relação a outras doenças e, assim, observar situações que estão fora dos parâmetros esperados.

Amostra coletada para ser avaliada em laboratório.

De acordo com a responsável pela vigilância dos vírus respiratórios da Gerência de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis e de Transmissão Hídrica e Alimentar (Gevitha), Bruna Granato, o trabalho possibilita a identificação precoce de surtos por vírus respiratórios de importância em saúde pública. “O trabalho das [unidades] sentinelas serve como um termômetro, indicando os tipos de vírus que estão em maior circulação e que podem causar as hospitalizações. É essencial também para o desenvolvimento da vacina da gripe, atualizada anualmente”, ressalta Bruna.

O último Boletim Epidemiológico revelou um aumento de atendimentos por síndrome gripal a partir da Semana Epidemiológica (SE) 07/2023, em fevereiro, reforçando a sazonalidade dos vírus respiratórios no período que antecede o outono. A partir da SE 13/2023, em abril, houve redução no número de atendimentos. Neste ano, já foram realizadas 1.147 coletas de amostras nas nove unidades sentinelas de SG. Os vírus Influenza B e Influenza A estão entre os mais comuns detectados nas amostras.

Durante uma consulta, realizada na Unidade Básica de Saúde (UBS) 2 da Asa Norte, a estudante Camila Cristina Souza, moradora da 709 Norte, foi fazer o teste de covid-19, pela primeira vez. “Faço acompanhamento no Posto de Saúde e fui encaminhada para cá, junto com minha mãe e irmãos. Ninguém da minha família ainda teve covid-19. Mas por conta dos sintomas, a equipe me encaminhou para realizar a testagem. É a primeira vez que faço. Estou com a garganta ruim, com tosse e coriza”, explicou.

A enfermeira Jéssica Luana Gomes, da UBS 2, faz parte da equipe de coleta sentinela e exemplificou o fluxo de trabalho. “Os agentes e as equipes avaliam o paciente e realizam o teste de covid-19. Depois, encaminham para nós realizarmos a coleta de RT-PCR e fazermos a testagem que compõe o painel viral, onde são pesquisados outros vírus respiratórios, como Influenza e o vírus sincicial respiratório. Todos estão orientados a encaminhar os pacientes com síndrome gripal para realizarmos os testes, pois dependemos da demanda espontânea”, afirma a profissional.

Jéssica Gomes com a paciente Camila Souza na coleta de material para monitoramento das síndromes gripais no DF.

Síndrome Respiratória Aguda Grave

Nas primeiras semanas de 2023, verificou-se um aumento nas notificações de casos graves de síndrome respiratória, caracterizadas por pacientes internados com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), alcançando o pico na SE 11/2023, em março, com 256 casos.

Já são 4.220 casos de SRAG e 99 óbitos registrados nas primeiras 24 semanas de 2023. Quando se compara com o mesmo período do ano passado, verifica-se a redução de 24,9% no número de casos (5.617) e um recuo de 87,9% de óbitos (815).

Em relação à identificação do agente etiológico, no período de 2020 a 2022, observa-se o predomínio dos casos por SARS-CoV-2.

Vacinação contra a gripe

Segundo o Painel Campanha Nacional de Vacinação Contra a Influenza, do Ministério da Saúde, o Distrito Federal tem uma população alvo com mais de 1,1 milhão de pessoas. Mas, de acordo com dados do Sistema do Programa Nacional de Vacinação, até o dia 30 de junho, a capital vacinou apenas 45% do grupo prioritário, formado por crianças, gestantes, puérperas, indígenas, idosos, trabalhadores da área de saúde e professores.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) continua com a campanha de vacinação até duraram os estoques. São mais de 150 mil doses disponíveis. Confira aqui os locais de vacinação.

Unidades sentinelas de síndrome gripal no DF

  • Unidade Básica de Saúde (UBS) 02 – Asa Norte.
  • Unidade Básica de Saúde (UBS) 12 – Samambaia.
  • Unidade Básica de Saúde (UBS) 05 – Planaltina.
  • Unidade Básica de Saúde (UBS) 01 – Paranoá.
  • Unidade Básica de Saúde (UBS) 01 – Santa Maria.

Unidade de Pronto Atendimento (UPA) I – Ceilândia.

Unidade de Pronto Atendimento (UPA) – Núcleo Bandeirante.

Hospital Materno-Infantil de Brasília (Hmib).

Hospital Brasília – Lago Sul.

Todas as informações sobre a vigilância dos vírus respiratórios (casos leves – unidades sentinelas e casos graves – SRAG hospitalizados) e informes sobre a vacinação podem ser consultados neste link.