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SAÚDE

Unidas pela cabeça: gêmeas siamesas são separadas após 14 horas de cirurgia na Turquia; veja fotos

20 de setembro, 2024 / Por: Agência O Globo

Minal e Mirha, de 1 ano, compartilhavam vasos sanguíneos vitais e o tecido cerebral

Unidas pela cabeça: gêmeas siamesas são separadas após 14 horas de cirurgia na Turquia; veja fotos
Apenas 5% dos gêmeos siameses são craniópagos, e sem a separação, a taxa de sobrevivência é baixa — Foto: Reprodução / Gemini Untwined

Uma equipe médica do Reino Unido conseguiu separar com sucesso as gêmeas siamesas Minal e Mirtha, de 1 ano, unidas pela cabeça. A operação, realizada no Hospital Municipal de Ankara Bilkent, na Turquia, durou 14 horas e envolveu o uso de uma tecnologia de ponta.

A cirurgia, concluída no dia 19 de julho, foi liderada pelo neurocirurgião pediátrico, Noor ul Owase Jeelani, do Hospital Great Ormond Street, em Londres. O procedimento, que envolveu duas etapas cirúrgicas ao longo de três meses, foi desafiador, já que as bebês compartilhavam vasos sanguíneos vitais e o tecido cerebral.

Atualmente, segundo a instituição de pesquisa e tratamento para gêmeos craniópagos, Gemini Untwined, Minal e Mirtha continuam internadas, mas se recuperam bem. “Elas estão se recuperando maravilhosamente. É realmente incrível”, disse Jeelani, em entrevista à Sky News.

Tecnologia de Realidade Mista

A complexidade da cirurgia exigiu o uso de tecnologia de Realidade Mista (RM), que possibilitou a criação de simulações em 3D. Com isso, os médicos puderam ensaiar a operação antes do procedimento real.

Jeelani já havia realizado uma operação similar em 2022, quando separou os gêmeos brasileiros Bernardo e Arthur Lima, de 3 anos, em um procedimento que durou 27 horas. Com essa última cirurgia, ele completou sua oitava separação bem-sucedida de gêmeos siameses unidos pela cabeça, conhecidos como gêmeos craniópagos – uma condição extremamente rara e de alto risco.

A operação também foi apoiada pela Gemini Untwined, que arrecada fundos para gêmeos siameses. A organização destacou que apenas 5% dos gêmeos siameses são craniópagos, e sem a separação, a taxa de sobrevivência é extremamente baixa.

“Foi maravilhoso ver a família tão emocionada e aliviada depois da cirurgia. Ajudá-los nessa jornada foi uma experiência incrível”, finalizou Jeelani.


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